A (I)LEGALIDADE DA ASSISTÊNCIA SEXUAL NA EUROPA
MAPEAMENTO DA LITERATURA E REFLEXÕES SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE SEXUAL
Palavras-chave:
Diversidade funcional, Assistência sexual, Direitos, DireitoResumo
A saúde sexual da pessoa é reconhecida como um direito humano universal. Apesar disso, devido a um conjunto de barreiras existentes, algumas pessoas com diversidade funcional continuam a reclamar das dificuldades em vivenciar a esfera afetivo-sexual. No contexto europeu tem-se vindo a construir a figura de assistentes sexuais – pessoas com formação para prestar serviços sexuais a clientes com diversidade funcional – como uma das respostas possíveis para a expressão da sexualidade. Este serviço reveste-se de significados próprios consoante os meios em que são prestados, pelo que o presente artigo recorreu a um mapeamento da literatura sobre a legislação e práticas de assistência sexual em diferentes países da europa para refletir sobre a importância de desenvolver políticas públicas de saúde sexual.
Downloads
Referências
Asís, Rafael de (2017), “Es la asistencia sexual un derecho?”, Revista Española de Discapacidad, 5(2), 7-18.
Butler, Judith (1999), “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’”, in Guacira Lopes Louro (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 151-172.
Campbell, Fiona Kumari (2001), “Inciting legal fictions: Disability’s date with ontology and the ableist body of the law”, Griffith Law Review, 10, 42-62.
Casado, Sílvia Navarro (2014), “El asistente sexual para personas con discapacidad, ¿una figura alegal?”, 1er congreso internacional virtual sobre discapacidad y derechos humanos. Consultado a 29.01.2020, em http://repositoriocdpd.net:8080/bitstream/handle/123456789/735/Pon_NavarroCasadoS_AsistenteSexualPersonas_2014.pdf?sequence=1.
Centeno, Antonio (2016), “Yes, we fuck! y la asistencia sexual”, Revista de Treball Social, 208, 79-91.
Chrastina, Jan; Večeřová, Hana (2018), “Supporting sexuality in adults with intellectual disability – a short review”, Sexuality and Disability, 1-14.
Coelho, Beatriz Dias (2015), “Sim, quem tem deficiência também precisa de sexo”, Jornal i, de 17 de março. Consultado a 12.02.2020, em https://ionline.sapo.pt/artigo/650195/sim-quem-tem-defici-ncia-tambem-precisa-de-sexo.
Decoster, Nathalie (2017), “De strafrechtelijke gelijkstelling van prostitutie en seksuele dienstverlening aan personen met een beperking”, Dissertação de Mestrado, Katholieke Universiteit Leuven, Bélgica.
Diserens, C. Agthe (2012), “L’ assistance sexuelle: Une suppléance possible pour encore « grandir »? Situations de handicaps, réflexion éthique et esquisses de réponses concrètes”, Archives de pédiatrie, 19, 200-201.
DR (2017), Decreto-Lei n.º 129/2017 de 9 de outubro. Diário da República nº 194. Portugal.
DR (2007), Lei n.º 59/2007 de 4 de setembro. Diário da República nº 170. Portugal.
EPSEAS (2020), “Corps Solidaires (Switzerland)”. Consultado a 18.02.2020, em http://www.epseas.eu/en/page/189.
Freckelton, Ian (2013), “Sexual Surrogate Partner Therapy: Legal and Ethical Issues”, Psychiatry, Psychology and Law, 20(5), 643-659.
Freya (2020), “O sexuální asistenci”. Consultado a 18.02.2020, em https://www.freya.live/cs/sexualni-asistence/o-sexualni-asistence.
Fritsch, Kelly et al. (2016), “Disability and sex work: developing affinities through descriminalization”, Disability & Society, 31(1), 84-99.
Gamaleu-Kameni, Christian (2013), “Peut-on légiférer à propos de l’assistance sexuelle en France?”, Médecine & Droit, 123, 181-186.
Gammino, Giorgia Rosamaria et al. (2016). “Sexual Assistance in Italy: An Explorative Study on the Opinions of People with Disabilities and Would-Be Assistants”, Sexuality and Disability, 34(2), 157-170.
García-Santesmases, Andrea (2017), “Anudando luchas: la vida, los cuidados y la asistencia sexual”, Viento Sur, 152, 103-111.
García-Santesmases, Andrea (2019), “Luces, cámara y erección: la asistencia sexual a escena”, Revista Crítica de Ciencias Sociales, 17, 1-19.
Gesser, Marivete (2013), “Políticas Públicas e Direitos Humanos: Desafios à Atuação do Psicólogo”, Psicologia: Ciência e Profissão, 33, 66-77.
Gesser, Marivete et al. (2012), “A contribuição do modelo social da deficiência à psicologia social”, Psicologia e Sociedade, 24(3), 557-566.
Gesser, Marivete; Nuernberg, Adriano Henrique (2014), “Psicologia, sexualidade e deficiência: Novas perspectivas em Direitos Humanos”, Psicologia, Ciência e Profissão, 34(4), 850-863.
Geymonat, Giulia Garofalo (2019), “Disability Rights Meet Sex Workers’ Rights: the Making of Sexual Assistance in Europe”, Sexuality Research and Social Policy, 16(2), 214-226.
Geymonat, Giulia Garofalo; Macioti, P. B. (2016), “Ambivalent Professionalisation and Autonomy in Workers’ Collective Projects: The Cases of Sex Worker Peer Educators in Germany and Sexual Assistants in Switzerland”, Sociological Research Online, 21(4), 1-14.
Giami, Alain (2016), “Sexualité et handicaps: de la stérilisation eugénique à la reconnaissance des droits sexuels (1980-2016)”, Sexologies, 25(3), 93-99.
Girard, Michelle et al. (2018), “Mapping French People’s Views Regarding Sexual Assistance to People with Physical Disabilities”, Sexuality and Disability, 37(1), 1-13.
Guimarães, Flávio Romero; Newton, Paulla Christianne da Costa (2018), “Regulamentação jurídica da assistência sexual para as pessoas com deficiência: efetividade dos direitos humanos ou legitimação da prostituição?”, in Arthur Bezerra de Souza Junior, Felipe Dalenogare Alves, Fernando Aith e Siddharta Legale (org.). Perspectivas de Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Grupo Multifoco, 475-492.
Lambelet, Alexandre (2017), “Sexual assistance, suicide assistance and the condition of dependent older adults”, in Iris Loffeier, Benoit Majerus e Thibauld Moulaert (eds.). Framing Age: Contested Knowledge in Science and Politics. New York: Routledge, 95-110.
Limoncin, Erika et al. (2014), “The Psychosexual Profile of Sexual Assistants: An Internet-Based Explorative Study”, PLOS ONE, 9(6), 1-6.
Mannino, Giuseppe et al. (2017), “Psychodynamics of the sexual assistance for individuals with disability”, Sexuality and Disability, 4(35), 495-506.
Morales, Ernesto et al. (2016), “Masturbation practices of men and women with upper limb motor disabilities”, Sexuality and Disability, 34(3), 417-431.
Nayak, Lucie (2013), “Une logique de promotion de la “santé sexuelle”. L’asssistance sexuelle en Suisse”, Ethnologie Française, 43, 461-468.
Newton, Paulla Christianne da Costa; Newton, Charles Chateabriand da Costa (2014), “Desenvolvimento humano sustentável e sexualidade: diretrizes fundamentais e aspectos controvertidos derivados das atividades de asistência íntima especializada para as pessoas com deficiência”, in Belinda Pereira Cunha, Maria dos Remédios Silva e Terezinha de Oliveira Domingos (org.). Direito e sustentabilidade I. João Pessoa: Conpedi, 1-500.
Nogueira, Conceição (2017), Interseccionalidade e psicologia feminista. Salvador da Bahia: Editora Devires.
Oliveira, Marta Primitivo (2017), “A prostituição no sistema jurídico Português”, Dissertação de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, Portugal.
Pereira, Raquel et al. (2018), “Perspectives of Portuguese People with Physical Disabilities Regarding Their Sexual Health: A Focus Group Study”, Sexuality and Disability, 36(4), 389-406.
Pinho, Ana Rocha (2017), “A (des) assistência sexual em Portugal”, Dissertação de Mestrado, Universidade do Porto, Portugal.
Priberam (2020), “Deficiência”, Priberam dicionário. Consultado a 12.02.2020, em https://dicionario.priberam.org/deficiência.
Rakić, Vojin (2020), “Prostitutes, Sex Surrogates and Sugar Babies”, Sexuality & Culture
Sanders, Teela (2005), “Female sex workers as health educators with men who buy sex: Utilising narratives of rationalisation”, Social Science and Medicine, 62(10), 2434-2444.
Sanders, Teela (2007), “The politics of sexual citizenship: commercial sex and disability”, Disability & Society, 22(5), 439-455.
Santos, Boaventura de Sousa (2013), Se Deus fosse um activista dos direitos humanos. Coimbra: Edições Almedina.
SEHP (2020), “L’association Historique”. Consultado a 18.02.2020, em https://sehp.ch/association/.
Sevène, Arnaud (2014), “Fonction sexuelle et handicap physique”, La Presse Médicale, 43(10), 1116-1119.
Šmíd, Michal (2015), “Projekt intimní a sexuální asistence z pohledu trestního práva – není tento projekt v rozporu s trestným činem kuplířství?”. Consultado a 18.02.2020, em http://www.sexualniasistence.cz/projekt-intimni-a-sexualni-asistence-z-pohledu-trestniho-prava-neni-tento-projekt-v-rozporu-s-trestnym-cinem-kuplirstvi/.
Tenaglia, Adélaïde (2020), “Assistance sexuelle des personnes handicapées: quatre questions sur un sujet tabou”, Le Parisien, de 10 de fevereiro. Consultado a 10.02.2020, em http://www.leparisien.fr/societe/assistance-sexuelle-des-personnes-handicapees-quatre-questions-sur-un-sujet-tabou-10-02-2020-8257119.php?utm_campaign=facebook_partage&utm_medium=social&fbclid=IwAR3SQFkeMm6AsoNKHYmScYasbJXLdIY1Hsik0-jU2xNw-oKetVsUTnhpw2o.
UN (2006), Convention on the Rights of Persons with Disabilities. New York: United Nations.
Verdonck, Quinten (2016), “Exploring effects of sexual assistance: a “good practice” case study on sexual assistance for an individual with intellectual and physical disabilities”, Dissertação de Mestrado, Universiteit Gent, Bélgica.
WAS (2014), “Declaration of Sexual Rights”. Consultado a 03.02.2020, em https://worldsexualhealth.net/wp-content/uploads/2013/08/declaration_of_sexual_rights_sep03_2014.pdf.
WAS (2019), “Declaration on Sexual Pleasure”. Consultado a 03.02.2020, em https://worldsexualhealth.net/wp-content/uploads/2019/10/2019_WAS_Declaration_on_Sexual_Pleasure.pdf.
WHO (2006), Defining sexual health: Report of a technical consultation on sexual health 28–31 January 2002. Geneva: World Health Organization.
Williams, DJ et al. (2015), “Introducing a multidisciplinary framework of positive sexuality”, Journal of Positive Sexuality, 1(1), 6-11.
Wotton, Rachel (2016), “Sex workers who provide services to clients with disability in New South Wales, Australia”, Dissertação de Mestrado, University of Sydney, Australia.