PERCEPÇÕES SOBRE GÊNERO E DIREITO: O QUE NÃO SE REGISTRA NOS AUTOS DOS PROCESSOS DE DESQUITE E DIVÓRCIO

Autores

  • Fernanda Souza Lima UNEB

Palavras-chave:

Gênero – Família

Resumo

O presente artigo se propõe a discutir sobre experiências matrimoniais frustradas e/o interrompidas por meio de separações judiciais. Para tanto, foram utilizadas fontes escritas e orais, no intuito de reconstruir o passado da experiência de um casal, Joaquim e Albertina. As narrativas construídas pelas práticas cotidianas desses dois indivíduos, registram as afeiçoes de um casamento que experimentou tensões e desejos, num espaço onde o lugar das obrigações são representados pelo ritual do casamento religioso e o ritual do casamento civil. Os conflitos aqui apresentados trazem uma questão emblemática para pesquisa, pois revelam aspectos fundamentais da vida cotidiana que normamente são encobertos por hábitos e costumes da vida diária, por isso, o relato oral, confrontado com a fonte jurídica e as normas sociais, nos auxilia na compreensão de mudanças que marcam os espaços através dos seus rituais de transição.  Assim, diante de tantas transformações vivenciadas no universo da família, a mulher precisou se reinventar a partir desse conjunto de mudanças ocorrida no Brasil entre as décadas de 1960 a 1970, que permitiu às mulheres colocar em causa novos valores e ideais, principalmente no espaço da família. O estabelecimento de papéis na família e na sociedade que aos poucos foram mudando, e atingindo as mulheres, que puderam vislumbrar o rompimento de laços de subordinação e dependência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Souza Lima, UNEB

Mestre em História Regional e Local pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade do Estado da Bahia - Campus V - Santo Antônio de Jesus (2014), graduou-se na mesma instituição, porém, campus XIII - Itaberaba (2012). Professora substituta na Universidade do Estado da Bahia, lotada no Campus V desde 2017, lecionando os componentes de Laboratório de Ensino da História/América. Possui experiência na área da História Social do Gênero, atuando com temas ligados aos Estudos Culturais nas áreas de história, gênero, família, casamento e separações judiciais.

Referências

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994, p. 209.
DIGIOVANNE, Rosangela. Rasuras no álbum de família: um estudo sobre separações conjugais em processos jurídicos. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas 2003. (Tese de Doutorado), p. 89.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In H. Dreyfus & P. Rabinow (Orgs.), Michel Foucault:Uma trajetória filosófica: Para além do estruturalismo e da hermenêutica (pp.231-249). Rio de Janeiro:Forense Universitária, 2012, p. 248.
NETO, Regina Beatriz Guimarães. Memória e Relato Histórico. In: CLIO. Revista de Pesquisa Histórica. n. 23, 2007. Recife. Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Filosofia e Ciências Humanas/apresentação Carlos Alberto Cunha Miranda – Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2007, v. (História do Nordeste),
PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria (Org.). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012.

Publicado

2020-05-30

Como Citar

SOUZA LIMA, F. PERCEPÇÕES SOBRE GÊNERO E DIREITO: O QUE NÃO SE REGISTRA NOS AUTOS DOS PROCESSOS DE DESQUITE E DIVÓRCIO. Gênero & Direito, [S. l.], v. 9, n. 04, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ged/article/view/52110. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Movimento feminista, história da dominação e gênero