A mulher traída
uma leitura de Dom Casmurro e Nada a dizer
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2595-7295.2018v2n2.45287Resumo
“As mulheres e as crianças são as primeiras que desistem de afundar navios”. Assim diria a poeta e tradutora brasileira Ana Cristina Cesar (1999) sobre a condição na qual se enquadram as mulheres historicamente: consideradas como objetos frágeis e/ou covardes perante a “grandeza” das coisas, do universo e dos homens; estes últimos sempre tidos como os heróis da pátria e da existência humana. Ledo engano. Propomos nesse trabalho uma leitura comparada entre duas obras literárias que retratam um mesmo tema – a traição – sob as narrativas de dois narradores em dois momentos literários diferentes, sendo um masculino (Dom Casmurro, Machado de Assis) e outro feminino (Nada a dizer, Elvira Vigna). Alinhamos as construções literárias sob um olhar crítico embasado nas teorias literárias de Antonio Candido (1997) e Alfredo Bosi (2001). O resultado foi a constatação de uma literatura representativa de uma generalização que envolve o imaginário coletivo da sociedade, inclusive aí o da/o leitora/or que depreende os referidos livros.
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Referências
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Editora Ática, 1996.
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