Do problema do social ao social como problema: elementos para uma leitura da sociologia pragmática francesa

Autores

  • Diogo Silva Corrêa IESP-UERJ / EHESS

Resumo

O objetivo do presente artigo é analisar como a sociologia pragmática francesa, tal como se constituiu na década de 1980, traz uma novidade com relação aos autores que podemos, hoje, chamar de neoclássicos (Pierre Bourdieu, Harold Garfinkel, Norbert Elias, Anthony Giddens, Ervin Goffman). Através da exposição de alguns dos principais expoentes da aludida corrente da sociologia francesa como Bruno Latour, Luc Boltanski, Laurent Thévenot e Francis Chateauraynaud pretendo mostrar como, diferentemente dos neoclássicos que buscavam enfrentar o problema do tratamento do social como substância (ou como coisa) por intermédio das relações (advogando que as relações são anteriores aos termos), os autores contemporâneos da sociologia pragmática tentam tratá-lo como fluxos problemáticos em constante movimento. Eis porque digo haver uma passagem do problema do social para o tratamento do social como problema, isto é: o social deixa de ser o fator explicativo do mundo social e torna-se aquilo que deve ser explicitado e explicado por meio do modo como os atores, em meio aos momentos críticos e situações indeterminadas, fazem, desfazem e refazem suas associações heterogêneas. Palavras-chave: sociologia pragmática francesa, Bruno Latour, Luc Boltanski, Francis Chateauraynaud. Abstract The aim of this paper is to analyze how the French pragmatic sociology, as the way it has been constituted in the 1980’s, brings out a novelty with respect to the authors that we today call the neo-classical (Pierre Bourdieu, Harold Garfinkel, Norbert Elias, Anthony Giddens, Ervin Goffman). By exposing some of the leading exponents of the alluded current in French sociology as Bruno Latour, Luc Boltanski, Laurent Thévenot and Francis Chateauraynaud I intend to show how, unlike the neo-classical way of dealing the problem of treating the social as a substance by means of relations (that is, advocating that relations precede the terms), the contemporary authors of pragmatic sociology try to treat the social itself as an entangled of problematic movements in constant flow. This is why I sustain that there is a passage from the problem of the social to deal with the social as a problem, that is: the social ceases to be the explanatory factor of the social world and becomes what shall be clarified and explained by the way actors, amid their critical moments and indeterminate situations, do, undo and redo their heterogenic associations. Keywords: French pragmatic sociology, Bruno Latour, Luc Boltanski, Francis Chateauraynaud.

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Biografia do Autor

Diogo Silva Corrêa, IESP-UERJ / EHESS

Doutorando em Sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em regime de co-tutela, tendo realizado um sanduiche no Groupe de Sociologie Pragmatique et Reflexive (GSPR-EHESS). Mestre em sociologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora e graduado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Áreas de interesse: teoria social; sociologia pragmática francesa; antropologia e sociologia da religião; conversão pentecostal.

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Publicado

11.08.2014

Como Citar

Corrêa, D. S. (2014). Do problema do social ao social como problema: elementos para uma leitura da sociologia pragmática francesa. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(40). Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/18140

Edição

Seção

Nº 40 - DOSSIÊ TEORIA SOCIAL