O TURISMO E A ACADEMIA DA “IDADE DOS DESCOBRIMENTOS” EM PORTUGAL: o silenciamento/reprodução do racismo no loop pós-colonial

Autores

Resumo

Este artigo analisa o que podemos denominar como loop pós-colonial da “Idade das Descobertas” a partir de dois contextos fortemente inter-relacionados – o turismo urbano e a academia – assim como a sua incorporação no discurso das políticas públicas relacionadas com a denominada “integração” e a “interculturalidade”. Em particular, o artigo examina a narrativa dominante do Museu Interactivo World of Discoveries do Porto e do trabalho académico sobre a história dos “descobrimentos” e a “expansão” portuguesa. Considero, para tal, que se configura uma pedagogia dos descobrimentos alimentada pela retórica identitária em torno da Europeidade e cujas formas contemporâneas se ancoram na culturalização da política que teve lugar a partir da segunda metade do século XIX. Argumento que a contínua renovação e centralidade do “culto dos descobrimentos” é possível enquanto a institucionalização do racismo seja silenciada na história do colonialismo e na actualidade. Finalmente, o artigo assinala algumas das estratégias políticas desenvolvidas pelos movimentos sociais para interromper o loop pós-colonial e lutar contra o racismo fora dele. Palavras-chave: “Idade dos Descobrimentos”. Loop Pós-colonial. Privilégio Branco. Silenciamento do Racismo.

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Publicado

30.11.2016

Como Citar

Maeso, S. R. (2016). O TURISMO E A ACADEMIA DA “IDADE DOS DESCOBRIMENTOS” EM PORTUGAL: o silenciamento/reprodução do racismo no loop pós-colonial. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(44). Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/28329

Edição

Seção

Nº 44 - DOSSIÊ RACISMO, SOCIEDADE, CULTURA E POLÍTICA: DIÁLOGOS BRASIL X PORTUGAL