DIVERSIDADE, PLURALIDADE E GÊNERO NOS LIVROS DIDÁTICOS DE FILOSOFIA - PNLD-2018

Autores

  • Vilma Luzia Dolinski de Lima Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Leandro Laube Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  • Eduardo Salles de Oliveira Barra Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v11i3.53960

Palavras-chave:

Livros didáticos, Pluralidade, Filosofia, PNLD-2018

Resumo

O presente artigo resulta de uma análise das obras didáticas de filosofia aprovadas na última chamada do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) de 2018. O objetivo é verificar se os livros ali selecionados contribuem para a superação das desigualdades, em especial as de gênero e de raça. A escolha do objeto de estudo justifica-se pela importância que as obras didáticas representam para a democratização do acesso ao conhecimento escolar, na medida em que são distribuídas em todo o território nacional e atingem praticamente todos os segmentos da sociedade. Do ponto de vista de seu status no universo escolar, compreende-se os livros didáticos como elementos de base da cultura escolar, conforme sugere Munakata (2016). O PNLD possui critérios gerais para a seleção das obras aos quais a disciplina de filosofia também deve se adaptar, porém isso não ocorreu em sua plenitude. Os livros didáticos narram a história da filosofia, mesmo quando organizados por temas, e não evidenciam as contribuições das mulheres e povos não europeus, nem tampouco registram as razões por que não figuram nessa história. Nas imagens e ilustrações escolhidas, destaca-se a preocupação em atender aos critérios eliminatórios do programa, registrando a pluralidade étnica e social. O mesmo esforço não é perceptível, no entanto, com relação ao diálogo entre tradição e questões contemporâneas, uma vez que a referência a mulheres, indígenas e afrodescendentes tem tratamentos diferenciados, restritos a capítulos à parte, sem o devido reconhecimento do valor filosófico de seus pensamentos.

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Biografia do Autor

Vilma Luzia Dolinski de Lima, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Licenciada em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em ensino de Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestranda pelo programa de mestrado profissional de Filosofia (PROF-FILO) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). É professora de Filosofia da rede pública de ensino do Paraná, regente no Colégio Estadual do Paraná.

Leandro Laube, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Licenciado em Filosofia, especialista em História do Brasil e em Educação à Distância. É mestre em Filosofia pelo programa de mestrado profissional (PROF-FILO) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). É professor de Filosofia da rede pública de ensino do Paraná, regente no Colégio Estadual do Paraná, Colégio Estadual Professor Cleto, Colégio Estadual Rio Branco, Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto e CEAD Polo Poty Lazzarotto.

Eduardo Salles de Oliveira Barra, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). É professor do Departamento de Filosofia e Pró-Reitor de Graduação e Educação Profissional da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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Publicado

08-10-2020

Edição

Seção

ENSINO DE FILOSOFIA E QUESTÕES DE GÊNERO (2020)