MONSTROS, PANDEMIAS E GENOCÍDIO:
OS NOVOS DISPOSITIVOS DA VÍRUS-POLÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v13i1.63405Palavras-chave:
Distância, Morte, Necessidade, LeiResumo
Em um mundo em que, devido à possibilidade de contagio viral, é a proximidade a ditar as regras da morte, a vida (biológica e social) assume o aspecto cada vez mais destacado da necessidade cega. A morte golpeia fatalmente, como no mundo imaginado por Kafka, onde a burocracia pune também na ausência de proibições explícitas. A pandemia serve assim a instrumentalização ideológica de diversos tipos: das horrorosas/horríveis políticas negacionistas, que tendem a favorecer, de forma cinicamente programada, o genocídio daqueles que, frente a um estado de exceção sem precedentes das democracias, gostariam de suspender grande parte das liberdades individuais. Em tudo isso, permanece ausente a voz do pensamento crítico capaz de vincular a pandemia à grave crise ecológica que atravessamos. O desmatamento em escala global provavelmente responde pela origem do salto de espécies realizado pelo vírus. Os animais selvagens, não encontrando mais um habitat apropriado, se aproximam da paisagem antropizada, produzindo – em rápida sequência de adaptação e mutação do vírus do qual são inocentes portadores – o distanciamento do ser humano de si mesmo. O paradoxo, portanto, é aquele da proximidade natural (degradada em função nas nossas atividades produtivas irresponsáveis) geradora do distanciamento social.
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- 04-07-2022 (2)
- 21-06-2022 (1)
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