A TUA PRESENÇA É NEGRA!
IMAGEM E REPRESENTAÇÃO NEGRA FEMININA, ENCONTROS E ACONTECIMENTOS
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v13i3.64973Palavras-chave:
Mulher negra, representação, imagem, racismoResumo
O presente artigo propõe uma reflexão sobre a presença de mulheres negras a partir da sua imagem. Nos espaços que ocupam e as marcas da diferença que ainda carregam. Diante disso e ainda sendo alvo de ataques racistas e suas intersecções, mulheres negras humanamente resistem, existem e enfrentam, estando presente em lugares anteriormente negado aos nossos ancestrais. A construção desta imagem deturpada e os estigmas coloniais da diferença algo ainda impresso na nossa pele, confere a esta mulher negra a imagem da mucama, da mulata, do corpo preto que tudo suporta. A partir desta reflexão precisamos compreender que a presença negra feminina, para além destas marcas e categorizações, tem de ser naturalizada a partir das nossas próprias representações. Desconstruindo ideias pré-concebidas que nos colocam no lugar da subalternidade. A ruptura com essa determinação é fundamental, para que possamos protagonizar nossas histórias, nosso corpo negro emancipado, não mais em um contexto limitador, mas em potência e vibração da vida em si, a existência negra em toda sua plenitude.
Downloads
Referências
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro. Pólen, 2019.
ASSUMPÇÃO, Carlos. Não pararei de gritar. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
CRENSHAW, Kimberlé. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence Against Women of Color. In: CRENSHAW, Kimberlé; GOTANDA, Neil; PELLER, Gary; THOMAS, Kendall (ed.). Critical Race Theory edited by Kimberlé Crenshaw, Neil Gotanda, Gary Peller and Kendall Thomas. New York: The New Press, 1995.
DIOP, Cheikh A. A unidade cultural da África Negra: Esferas do Patriarcado e do Matriarcado na Antiguidade Clássica. Luanda: Edições Mulemba, 2014.
DU BOIS, W. E. B. As Almas do Povo Negro. São Paulo: Veneta, 2021.
FANON, Frantz. Peles negras, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2003.
FANON, Frantz. Racismo e Cultura. Brasil: Terra sem Amos, 2021
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. 1968.
GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa... Rio de Janeiro: Editora Filhos da África, 2018.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira In: SILVA, L. A. et al. Movimentos sociais urbanos, minorias e outros estudos. Ciências Sociais Hoje, Brasília, ANPOCS n. 2, p. 223-244, 1983.
GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Editora Record, 2009.
HOOKS, bell. Olhares Negros: Raça e Representação. São Paulo: Elefante, 2019.
I AM NOT YOUR NEGRO. James Baldwin. Direção: Raoul Peck. Produção: Remi Grellety, Raoul Peck, Hebert Peck. Paris: Velvet Film, 2016, (93min.).
LORDE, Audre. Irmã Outsider: Ensaio e Conferência. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
LUGONES, María. Colonialidade de gênero. Tabula Rasa. Bogotá. n. 9, p. 73-101, jul./dez., 2008.
LUGONES, María. Pilgrimages/Peregrinajes: Theorizing Coalitions Against Multiple Oppressions. Lanham: Rowman & Littlefield, 2003.
LUGONES, María. Purity, Impurity, and Separation. Signs, v. 19, n. 2, p. 458-479, 1997.
LUGONES, María. Subjetividad esclava, colonialidad de género, marginalidade y opresiones múltiples. Pensando los Feminismos en Bolivia. maio, 2013.
LUGONES, María. Multiculturalismo radical y feminismo de lãs mujeres de color. Traducción de Joaquín Rodríguez Feo. Revista Internacional de Filosofía Política, Madrid, n. 25. 2005.
MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Lisboa: Antígona, 2014.
MOURA, Maria Lacerda de. Civilização, tronco de escravos. São Paulo: Editora Entremares. 2020.
NEGRA. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: https://www.dicio.com.br/negra/. Acesso em: 20 jan. 2022.
NEGRA. In: Dicionário Priberam Online de Português Contemporâneo. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/negra. Acesso em: 20 jan. 2022.
NEGRA. In: Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/negra/. Acesso em: 20 jan. 2022.
NEGRO. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: https://www.dicio.com.br/negro/. Acesso em: 20 jan. 2022.
NEGRO. In: Dicionário Priberam Online de Português Contemporâneo. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/negro. Acesso em: 20 jan. 2022.
NEGRO. In: Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/negro/. Acesso em: 20 jan. 2022.
MELANINA. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Melanina. Acesso em: 20 jan. 2022.
MORRISON, Toni. O olho mais azul. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
ÔRÍ. Direção de Raquel Gerber. Roteiro de Beatriz Nascimento. Brasil: Estelar Produções Cinematográficas e Culturais Ltda, 1989, vídeo (131 min), colorido. Relançado em 2009, em formato digital. Disponível em: https://tamandua.tv.br/default.aspx. Acesso em: 05 out. 2020.
OYÈWUMI, Oyèronké. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Tradução: Wanderson Flor do Nascimento. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
RATTS, A. Eu sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.
RATTS, A. (Org.). Uma história feita por mãos negras. Beatriz Nascimento. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2021.
RATTS, A.; GOMES, Bethania (Org.).Todas (as) distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. São Paulo: Editora Literatura Negra. 2015.
SANTOS, Neusa de Souza. Tornar-se negro: Vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
SHAKUR, Assata. Assata: Uma autobiografia. 1. ed. Tradução: Carla Branco. Rio de Janeiro: Pallas. 2022.
WILDERSON III, Frank B. Afropessimismo. 1. ed. Tradução: Rogério W. Galindo e Rosiane Correia de Freitas. São Paulo: Todavia. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Andréa Maria do Nascimento Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).