Composição química do bagaço de cana-de-açúcar tratado com óxido de cálcio
Resumo
Objetivou-se avaliar o efeito da inclusão de doses crescentes de óxido de cálcio (CaO) e diferentes tempos de exposição aeróbia, sobre a composição química do bagaço de cana-de-açúcar. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 4 + 1, com três repetições por tratamento, sendo composto de quatro doses de CaO (0,5, 1,0, 1,5 e 2,0 % da matéria natural), quatro tempos de exposição aeróbia (18, 36, 54, 72 horas) e um tratamento controle (bagaço in natura). Foram analisados os teores de matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), fibra em detergente acido (FDA), hemicelulose, celulose, lignina, carboidratos não fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT). O aumento dos níveis de CaO no processo de hidrolise do bagaço de cana-de-açúcar implicou em aumento linear dos teores de MM e redução linear dos teores de FDN e FDNcp. O tempo de exposição aeróbia ocasionou um aumento linear nos teores de MS. Os teores de PB, EE, FDA, hemicelulose, celulose, lignina, CNF e NDT não foram alterados pelas doses CaO e tempos de tratamento. Os tempos de exposição aeróbia, de 18 a 72 horas, podem ser adotados no tratamento do bagaço de cana, ficando a critério do manejador a escolha do tempo a ser utilizado. A inclusão do óxido de cálcio em doses de até 2% da matéria natural reduz os teores de fibra e eleva os teores de matéria mineral do bagaço de cana melhorando o valor nutritivo do material.
DOI: 10.15528/2176-4158/rcpa.v17n1p61-68
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