Desafios internacionais para o Estado modelado por Rousseau
Abstract
Contribuindo para a ampliação dos estudos sobre os escritos de Rousseau referentes às relações internacionais, essa pesquisa buscou identificar nas obras de Rousseau e de seus comentadores os desafios que as relações internacionais e os aspectos externos ao Estado poderiam trazer sobre a estrutura política interna, desenhada no Contrato Social. Especificamente, se os mecanismos pensados por Rousseau para proteger seu modelo de Estado das ameaças de corrupção e desvirtuamento seriam suficientes para lidar com os problemas trazidos pelas relações internacionais. Em um primeiro momento foram analisadas seis obras de J.J. Rousseau, a fim de extrair os temas concernentes às relações internacionais mais recorrentes nas obras do autor. Posteriormente, foi realizada a leitura da bibliografia selecionada para subsidiar a pesquisa, a fim de conjugar as ideias de Rousseau com a de seus comentadores. Na sequência procurou-se identificar os possíveis desafios internacionais sobre o contexto doméstico dos Estados. Entendendo-se tais desafios, buscou-se verificar se os mecanismos para controle do Governo, elaborados por Rousseau no Contrato Social, poderiam suportá-los. Constatou-se em primeiro lugar uma lacuna na obra de Rousseau e comentadores sobre o tema, o qual até agora, não havia sido tratado sistematicamente. Considera-se, ainda que de forma preliminar, que os mecanismos para o controle do governo, cunhados por Rousseau no Contrato Social, se respeitados rigorosamente pelos cidadãos, podem assegurar a submissão dos governantes ao Estado, mesmo diante das interferências internacionais.
Palavras-chave: Rousseau; Relações Internacionais; Contrato Social.
Downloads
References
ALVES, Vital Francisco C. (2009), “A Relação Entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau”. Synesis, vol. 1, Nº .2, pp. 93-104.
BECKER, Evaldo. (2010), “Rousseau e as Relações Internacionais na Modernidade”. Cadernos de Ética e Filosofia Política, Nº16, 1/2010, pp. 13-34.
FIDLER, David P. (1999), “Desperately Clinging to Grotian and Kantian Sheep: Rousseau’s Attempted Escape from the State of War”. In Classical theories of international relations, editado por CLARK and NEUMANN, Palgrave Macmillan, pp. 120-141.
GOMES, Bjorn. (2011), “The duty to oppose violence: humanitarian intervention as a question for political philosophy”. Review of International Studies vol. 37, Nº. 3, pp. 1045-1067.
HASSNER, Pierre. (1997), “Rousseau and the Theory and Practice of International Relations”. In The Legacy of Rousseau, editado por ORWIN and TARCOV, Chicago, The University of Chicago Press, pp. 200-219.
HOFFMAN, Stanley. (2010), “Rousseau sobre a Guerra e a Paz”. Tradução de Carlos Henrique Canesin. Videre, vol. 2, Nº. 3, pp. 27-64.
KNUSTEN, Torbjørn L. (1954), “Re-reading Rousseau in the Post-Cold War”. Journal of Peace, vol. 31, Nº. 3, pp. 247-262.
MARQUES, J. O. A. (2010), “Contrato e Confederação. Notas sobre o papel das rela¬ções internacionais no pensamento de Jean-Jacques Rousseau”. Trans/Form/Ação, vol. 33, Nº. 1, pp. 19-30.
NILI, Shmuel. (2011), “Democratic Disengagement: toward Rousseauian global reform”. International Theory, vol. 3, Nº. 3, pp. 355-389.
NODARI, Paulo C. (2011) “Rousseau e a paz”. Veritas, vol. 56, Nº. 3, p. 167-184.
QVORTUP, Mad. (2003), The Political Philosophy of Jean-Jacques Rousseau: The Impossibility of Reason. Manchester, Manchester University Press.
ROOSEVELT, Grace G. (1990), Reading Rousseau in the Nuclear Age. Philadelphia, Temple University Press.
ROUSSEAU, J. –J. (2003d) “Considerações sobre o Governo da Polônia e a sua Projetada Reforma”. In Rousseau e as relações internacionais. Tradução de Sérgio Bath; prefácio de Gelson Fonseca Jr. São Paulo, Imprensa Oficial, pp. 225-310.
______________. (1754) Discurso sobre a origem da desigualdade. Tradução de Maria Lacerda de Moura, Edição de Ridendo Castigat Mores, versão ebooksbrasil. Disponível em: . Acesso em: 1 agosto 2014.
_____________. (1987) Do Contrato Social ou Princípios do Direito Político. Coleção Os Pensadores Rousseau vol. 1. São Paulo, Editora Nova Cultural.
_____________. (2003b), “Extrato do Projeto de Paz Perpétua do Abbé de Saint-Pierre; Julgamento do Projeto de Paz Perpétua”. In Rousseau e as relações internacionais. Tradução de Sérgio Bath; prefácio de Gelson Fonseca Jr. São Paulo: Imprensa Oficial, pp. 69-109.
_____________. (2011) “Princípios do direito da guerra”. Tradução apresentação e notas de Evaldo Becker, revisão da tradução de Ricardo Monteagudo. Trans/Form/Ação, vol. 34, Nº 1, pp. 149-172.
_____________. (2003c) “Projeto de Constituição para a Córsega”. In Rousseau e as relações internacionais. Tradução de Sérgio Bath; prefácio de Gelson Fonseca Jr. São Paulo, Imprensa Oficial, pp. 177-219.
_____________. (2003a) “Tratado Sobre a Economia Política”. In Rousseau e as relações internacionais. Tradução de Sérgio Bath; prefácio de Gelson Fonseca Jr. São Paulo, Imprensa Oficial, pp. 1-43.
SERRA, Antonio T. y. (1979), “La guerra y la paz en Rousseau y Kant”. Revista de Estudios Politicos, Nº. 8, pp. 47-62.
VAUGHAN, Charles E. (1995), The Political Writings of Jean Jacques Rousseau. Cambridge, Cambridge University Press. Disponível em: <http://oll.libertyfund.org/tit les/1880>. Acesso em: 01 agosto 2014.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
a. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution License that allows for sharing of work with acknowledgment of its initial publication in this journal.
b. Authors are able to take on additional contracts separately for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., post it to an institutional repository or as a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.
c. Authors are permitted and encouraged to post their work online ( eg, in institutional repositories or on their website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges , as well as increase the impact and citation of published work ( See the Effect of Open Access).