Similitude, aura e fetichismo da mercadoria na obra de Andy Warhol e Takashi Murakami
Resumo
O presente artigo busca entender a colaboração do artista japonês Takashi Murakami com a grife Louis Vuitton a partir da articulação de dois conceitos: similitude e aura. O primeiro é definido por Foucault, em oposição à semelhança, como o princípio de independência de objetos similares de um modelo que lhes seria anterior e hierarquicamente superior; no regime de similitude, todos os elementos de uma série têm o mesmo status ontológico. A produção em massa leva a lógica do simulacro ao centro da experiência pós-moderna, onde reencontramos o conceito benjaminiano de aura não mais ancorado em objetos únicos, mas nas imagens infinitamente reprodutíveis e sem referentes reais das marcas. Auxiliados pela obra de Warhol, investigamos as táticas empregadas por Murakami para embaralhar de forma ainda mais radical as noções de arte e mercadoria, original e cópia, contribuindo para fortalecer a aura da Louis Vuitton e da sua própria “marca” como artista.
Palavras-chave: Similitude. Aura. Arte. Mercadoria.