Mídia feminista negra: uma análise das narrativas interseccionais produzidas no Kilombas Podcast
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8931.2022v18n3.62354Palavras-chave:
Mídia. Feminismo negro. Interseccionalidade. Pedagogia cultural. Kilombas Podcast.Resumo
Neste artigo recorremos à teoria interseccional para analisar o Kilombas Podcast, um programa feito por mulheres negras do Ceará que debate pautas como feminismo negro e antirracismo. A programação conta com 48 episódios disponíveis no Spotify e no Google Podcasts. Partimos do pressuposto de que o Kilombas se insere na perspectiva interseccional e de educação feminista. Realizamos uma análise descritiva recorrendo à noção de escrevivência de Conceição Evaristo (2008), acionamos pensadoras como Akotirene (2019), Ribeiro (2019), Lorde (2020) e Collins (2021) com as noções de lugar de fala, interseccionalidade e ressignificação do uso da raiva. Buscamos pensar o programa enquanto pedagogias culturais que visam a construção de sentido e de subjetividades de mulheres negras, a partir de Wortmann e Marques (2021). Consideramos que o Kilombas Podcast cumpre com a proposta de promover um refúgio, um “quilombo virtual” onde se fala de assuntos do cotidiano que são caros às mulheres negras.