Influências institucionais na difusão de ideias de gestão
A adoção de conceitos e práticas de gestão por empresas juniores de administração
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2238-104X.2023v13n1.62974Resumo
Objetivo: investigar como ocorre o processo de difusão de conceitos e práticas de gestão no contexto de Empresas Juniores do curso de Administração situadas na região da Paraíba (PB), Pernambuco (PE) e Rio Grande do Norte (RN). Metodologia: Fundamentada no Institucionalismo Organizacional, tratou-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, pautada por entrevistas com roteiros semiestruturados e documentação, sobre os quais aplicou-se análise de conteúdo de ordem temática. Principais resultados: Na análise empreendida em âmbito regional, revelou-se que: (i) há difusão de conceitos e práticas entre as organizações abordadas para o estudo; (ii) os atores responsáveis por esse processo são as próprias EJs e Federações atuantes no campo do movimento júnior; (iii) o mecanismo de benchmarking, mediante comunicação e interação em eventos, é percebido como o principal meio de difusão; e, (iv) o isomorfismo mimético e pressões coercitivas foram identificados como as principais influências institucionais operantes neste campo organizacional. Contribuições acadêmicas: A difusão de conceitos e práticas de gestão estudada é fortemente influenciada pela natureza em rede dos atores do campo e pelas condições interacionais e de referência das EJs, e entre elas e as Federações do movimento júnior, permitindo aos seus praticantes avaliarem a efetiva legitimidade e utilidade das ideias adotadas em suas realidades. Contribuições práticas: Os cursos de graduação/pós-graduação, docentes envolvidos em colaborar/orientar discentes envolvidos nas EJs, bem como os próprios conteúdos que são introduzidos em Escolas de Negócios e cursos profissionalizantes são fatores cruciais na comoditização de 'ideias de gestão' a partir do que se ensina e se discute nesses contextos, impactando a (re)circulação de ideias entre os participantes do MEJ no desenvolvimento de efetivas inovações e na adequação da estratégia e das ideologias de cada EJ à sua realidade, e não apenas aos imperativos ditados pelas federações estaduais e pela BJ.