Jards Macalé, Samba Intempestivo e a Presença do Malandro Melancólico

Autores

  • Cláudio Coração UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
  • Matheus Santiago UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2022v16n.61047

Palavras-chave:

Jards Macalé, Samba Intempestivo, Malandro Melancólico, Estética da Comunicação

Resumo

Propomos, no artigo, uma leitura crítica e imaginativa da arte do músico carioca Jards Macalé, a partir de duas categorias analíticas principais: samba intempestivo e a figura do malandro melancólico. Na investigação de alguns de seus álbuns, percebemos a presença do samba como uma lente para a observação da realidade brasileira e, indo além, o samba também retomado como procedimento inventivo de abertura de outros mundos possíveis. Nesse sentido, o que o samba intempestivo de Macalé parece nos apontar é a exposição de nossas feridas abertas pelo processo de colonização, ao mesmo tempo em que se afirma como voz inventiva, potente e provocadora para a transformação de nossa realidade brasileira. Como passo final, apresentamos a figura do malandro melancólico como um personagem que assombra o samba intempestivo do músico e pode ser aproximado com exu, orixá das estradas e da comunicação, aquele que confunde as visões duais e moralistas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Matheus Santiago , UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto

Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2021). Atualmente é pesquisador do Grupo de Pesquisa: "Quintais: Cultura da Mídia, Arte e Política" com registro junto à Universidade Federal de Ouro Preto e ao CNPq. Tem experiência na área de Comunicação atuando principalmente nos seguintes temas: música popular, estética da comunicação e tempo social.

Referências

BARBOSA, André Antônio. A potência estética da nostalgia. Serrote. n. 16, março de 2014.

BEZERRA DA SILVA. Malandro Rifle, 1985.

COELHO, Fred. Jards Macalé: eu só faço o que quero. Rio de Janeiro: Numa, 2020.

CORAÇÃO, Cláudio Rodrigues; RIOS, Saulo Pedrosa. A presença fantasmática do samba: herança e assombramento no pop-rock brasileiro dos anos 1990. Comunicação e Sociedade, São Bernardo do Campo, v.41, n.3, 2019.

FELTRIN, H. R. Exu como trickster: tresvaloração dos juízos morais no rap de Baco Exu do Blues. Revista Extraprensa, [S. l.], v. 13, n. 1, pp. 26-39, 2019.

JARDS MACALÉ, DALVA TORRES. Ismael Silva – Peçam Bis, 1988.

JARDS MACALÉ. 4 Batutas & 1 Coringa, 1987.

_______________. Aprender a Nadar, 1974.

_______________. Banquete dos mendigos, 1979.

_______________. Contrastes, 1978.

_______________. Jards Macalé, 1972.

KEHL, Maria Rita. Bovarismo brasileiro. São Paulo: Boitempo, 2018.

MACALÉ, Jards. Macalé faz campanha por "amor, ordem e progresso". Entrevistador: Agência Estado. O Estado de São Paulo, São Paulo, 24 de julho de 2003. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,macale-faz-campanha-por-amor-ordem-e-progresso,20030724p1581. Acesso em: 24 ago. 2021.

OLIVEIRA, Bernardo. “A dança vem antes. A música ‘olha’ e ‘toca’”: a palavra percussiva na canção brasileira. Recife: Suplemento Pernambuco, 30 de dezembro de 2020.

SIMAS, Luiz Antonio. O corpo encantado das ruas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira: 2019.

SODRÉ, Muniz. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis: Vozes, 2006.

TOM ZÉ. Estudando a Bossa, 2008.

_______________. Estudando o Pagode, 2005.

_______________. Estudando o Samba, 1975

_______________. Todos os Olhos, 1973.

TROTTA, Felipe. Juízos de valor e o valor dos juízos: estratégias de valoração na prática do samba. Revista Galáxia, São Paulo, n.13, 2007.

Downloads

Publicado

2022-04-21

Como Citar

CORAÇÃO, C.; SANTIAGO MOREIRA, M. Jards Macalé, Samba Intempestivo e a Presença do Malandro Melancólico. Culturas Midiáticas, [S. l.], v. 16, 2022. DOI: 10.22478/ufpb.2763-9398.2022v16n.61047. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/cm/article/view/61047. Acesso em: 25 abr. 2024.