Que corpo é esse?
Analisando as narrativas e as performances midiáticas fabricadas em torno de Jojo Todynho
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2023v20n.67807Palavras-chave:
Performance, Mulheres Negras, Corporeidade, AutenticidadeResumo
Sob a luz da percepção em compreender performance enquanto método de pesquisa, como proposto por Amaral, Soares e Polivanov (2018), esse trabalho foi influenciado a entender como essa dinâmica poderia ser aplicada as narrativas performáticas relacionadas a cantora de funk, Jordana Gleise de Jesus Menezes, mais conhecida como Jojo Todynho. Como proposto pelos autores, foram utilizados dois percursos metodológicos: 1) Um que dê conta de entender as narrativas em torno de atos performáticos arquivados, recuperando-se para isso matérias da indústria de entretenimento que apresentam uma narrativa da cantora de forma pejorativa e animalesca; 2) Outro que nos permita evocar performance como política identitária diante de políticas de visibilidade (o que se registra e com quais propósitos). Para isso, pinçamos das redes sociais da cantora (Instagram) uma participação na Semana de Alta Costura em Paris. “(...) se eventos são performances, poderíamos debater o que se está performatizando nestes espaços” (AMARAL; SOARES E POLIVANOV, 2018). Ainda que os autores estejam se referindo a eventos musicais, pareceu interessante buscar na moda esse comparativo à medida que foi a segunda vez que Jordana esteve naquele espaço. Ainda que mude os atores (GOFFMAN, 1975), o roteiro performático não é novidade para ela. E pelo viés da Moda conseguimos tensionar outros temas como estética e corporeidade.
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Referências
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