Ser sujeito: Considerações sobre a Noção de ātman nos Upaniṣads

Autores

  • Dilip Loundo UFJF

Resumo

O artigo analisa a pluralidade de discursos que se organizam em torno da noção de sujeito ou ātman (‘si-mesmo’). Num primeiro momento, o artigo se debruça sobre os três níveis de sentido que constituem essa pluralidade e, num segundo momento, avalia sua lógica de articulação e organicidade, de acordo com os ensinamentos dos Upaniṣads. Os três níveis de sentido sob avaliação são os seguintes: (i) ātman enquanto sujeito determinado por objetos externos e atuais; (ii) ātman enquanto sujeito determinado por objetos internos e futuros; (iii) ātman enquanto supra-sujeito, i.e., enquanto presença liberta de todas as determinações objetivas. Esses níveis de sentido correspondem, respectivamente, a uma classificação bastante difundida na Índia das aspirações básicas da condição humana: (i) artha e kāma, viz., a satisfação de instintos orgânico-sexuais e a obtenção de prosperidade material; (ii) dharma, viz., a realização de rituais religiosos e o cumprimento de preceitos morais visando obtenção de uma condição paradisíaca futura; (iii) e mokṣa, viz., a busca da realização, aqui e agora, da natureza última de ātman enquanto presença reiterativa da plenitude do Real (Brahman).

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Publicado

2014-08-15