A tradução de poesia nos jornais da Amazônia paraense nos anos 1940
Resumo
As décadas de 1940 e 1950 são significativas para a difusão cultural nos jornais brasileiros, com destaque para atuações de escritores, poetas e literatos nos diversos periódicos dessa época, o que fez do jornal um ambiente moderno e criativo em prol da cultura e da literatura. Em Belém, nesse período, há dois jornais que movimentam o restrito cenário cultural da cidade paraense, por meio dos suplementos literários: “Arte Literatura”, da Folha do Norte e “Arte e Literatura”, de A Província do Pará. Esses periódicos amazônicos atuaram na divulgação da crítica literária local, nacional e estrangeiro, sobretudo na difusão da poesia nacional e do texto poético traduzido. Assim, a tradução funciona como leitura, releitura, crítica e comentário das distintas nacionalidades, línguas e autores, marcados pela alteridade do ato tradutório, muitas vezes exercida a partir da operação de literarização (Casanova, 2002), feita por escritores em profusa produção como os autores amazônicos: Ruy Barata (1920-1990), Mário Faustino (1930-1962), Benedito Nunes (1929-2011), Max Martins (1926-2009), Haroldo Maranhão (1927-2004), entre outros escritores nacionais e estrangeiros. Este trabalho, portanto, tem por objetivo apresentar os “projetos” tradutórios desses suplementos culturais e verificar qual era o pensamento da tradução presente nesses periódicos, no sentido de compreender o contexto histórico da tradução de poesia nos jornais da Amazônia paraense da década de 1940.