Lettres d’une péruvienne (1747), de Françoise de Graffigny: de sua recepção a uma proposta de retradução

Autores

  • Rosalia Rita Evaldt Pirolli

Resumo

O romance epistolar de Françoise de Graffigny, Lettres d’une Péruvienne (1747), foi, em seu século, um verdadeiro best-seller; porém, como uma parcela considerável de livros escritos por mulheres, acabou, ao longo do tempo, caindo no limbo do esquecimento. Partindo da estratégia da recuperação, enquanto prática feminista de tradução (MASSARDIER-KENNEY, 1997), busco, nesse trabalho, situar esse livro em sua época, retraçando o seu papel enquanto importante “marco feminista” (GRAEBER; WENGROW, 2021). Em seguida, procuro mapear a recepção dessa obra na França (TORRES, 2013) e rastrear os caminhos de sua posterior circulação em Portugal e no Brasil. A tradução portuguesa, publicada rapidamente em 1802, pela Oficina de Simão Tadeu Ferreira, não indica precisamente o nome de um/a tradutor/a, apenas carrega a inscrição que acompanha o título da obra: “traduzida do francês por uma senhora”. Embora essa primeira tradução tenha chegado ao Brasil, em meados do século XIX, há muito a obra de Graffigny deixou de circular. É justamente a partir desse desaparecimento que Thiago Tizzot, editor da Arte & Letra, editora independente radicada em Curitiba, atua como agente para a publicação da obra. A mim, coube a tarefa da retradução (BERMAN, 1995), a partir de um projeto que pudesse, ao mesmo tempo, resgatar essa obra clássica, do século XVIII, e atualizar a potência que o texto original carrega.

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Publicado

2024-10-18