RELAÇÕES INTERÉTNICAS E FORMAS DE ACESSO À TERRA: Reciprocidade e dependência entre quilombolas e pomeranos na Serra dos Tapes, Rio Grande do Sul

Autores

  • Maurício Schneider Universidade Federal de Pelotas
  • Renata Menasche

Resumo

Este artigo busca refletir sobre as diferenciadas estratégias de busca de acesso à terra entre quilombolas e pomeranos na Serra dos Tapes, Rio Grande do Sul. Esses grupos viveram processos históricos distintos e, atualmente, encontram-se em situações diferenciadas em relação à capacidade de acessar terras produtivas. Os pomeranos chegaram à região por meio de processo de colonização incentivado pelo Estado, ainda que, em alguns casos, financiado por empresas privadas, sendo as terras adquiridas pelos colonos. As comunidades quilombolas constituíram-se na resistência ao regime escravocrata. No presente, os colonos pomeranos vivem em pequenas propriedades dedicadas, sobretudo, à produção de fumo. No que se refere aos quilombolas, alguns são proprietários de terras e também cultivam fumo, enquanto outros trabalham como diaristas em propriedades de colonos pomeranos. A etnografia mostra que, enquanto quilombolas proprietários estabelecem com pomeranos relações de tipo horizontal, aqueles que são diaristas mantêm com eles relações de dependência. No contexto estudado, as relações entre os dois grupos são acionadas como justificativa para a opção por não demandar a regularização do território a que quilombolas têm direito.

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Publicado

26.06.2017

Como Citar

Schneider, M., & Menasche, R. (2017). RELAÇÕES INTERÉTNICAS E FORMAS DE ACESSO À TERRA: Reciprocidade e dependência entre quilombolas e pomeranos na Serra dos Tapes, Rio Grande do Sul. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(45). Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/politicaetrabalho/article/view/30190

Edição

Seção

Nº 45 - DOSSIÊ REORDENAMENTO AGRÁRIO E REPRODUÇÃO SOCIAL