ACEPÇÕES DO CONTEMPORÂNEO
o convite à leveza e ao cansaço
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2020v1n52.50776Resumo
O presente trabalho expõe os desdobramentos da civilização da leveza, como cunha Gilles Lipovetsky (2016), o tipo atual de projeto civilizatório e suas representações em circuitos midiáticos, articulando especialmente questões referentes à produção, à cultura e ao trabalho. Leveza e liquidez assinalam conjuntamente a precariedade e a insegurança, mas também se contrariam, pois Lipovetsky (2016) e Zygmunt Bauman (2001) parecem divergir sobre a incursão do prazer frente ao trabalho e dos possíveis ganhos civilizatórios desse contexto. Em tempo, a emergência de um capitalismo criativo, transestético estabelece uma economia do leve que dá à cognição e à subjetividade papéis centrais na elaboração de produtos e serviços. Nesta perspectiva, as considerações de Lipovetsky (2016) e Byung-Chul Han (2015) atuam conjuntamente e oferecem uma análise que verifica o caráter esquivo e ambíguo das transformações técnicas atuais, apresentadas tanto nos objetos ultraleves quanto nas implicações de desempenho e de cansaço do trabalho na contemporaneidade. Com enfoque predominantemente teórico, esses aspectos relacionados à leveza e ao cansaço são aqui discutidos tendo como base a obra de Lipovetsky e o olhar para as representações desses fenômenos em espaços midiáticos hegemônicos, como a Veja SP.
Palavras-chave: Civilização da leveza. Cansaço. Trabalho. Lipovetsky.