SINDICALISMO, AUTORITARISMO E REPRESSÃO ENTRE DOIS POLOS
As greves metalúrgicas de Osasco em perspectiva histórica (1968-1980)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2020v1n52.51663Resumo
O artigo analisa, em perspectiva histórica, aspectos da repressão desencadeada pelo acirramento político de 1968, com ênfase nas greves de Osasco e reverberações no ciclo posterior do ABC paulista no final da década de 1970. Constrói a análise a partir da produção memorialística de personagens do período a partir de um ângulo menos frequente, no caso, a perspectiva dos agentes do status quo e da repressão política. Nesse sentido, localiza a participação do Exército e de empresários que se destacaram, sobretudo, na conjuntura de 1968, um dos momentos mais agudos do fechamento político durante o regime militar. O argumento desenvolvido pressupõe a mudança de escala e natureza da repressão e seu deslocamento de forças marcadamente policiais para a vinculação ao escopo das “atribuições” das Forças Armadas, em particular do Exército. Desse modo, sindicatos e sindicalistas passaram a compor o espectro do “inimigo interno” definido na Doutrina de Segurança Nacional. Um dos aspectos destacados é o caráter estratégico do setor metalúrgico sobre o qual a repressão incidiu pesadamente, segmento no qual muitas empresas estiveram associadas ao capital internacional. Por outro lado, além de assinalar a especificidade da atuação militar na repressão sindical, o artigo procura agregar como elemento de análise a presença do empresariado na escalada repressiva.
Palavras-Chave: Autoritarismo e repressão. Ditadura Civil-Militar e sindicalismo. Memória de greves e acirramento político. São Paulo e o estado de exceção.