ENTRE MATAS E RIOS

o cotidiano da infância Tenetehar-Tembé pelas crianças

Autores

  • Vanderlúcia Da Silva Ponte Universidade Federal do Pará
  • Maria Amoras Universidade Federal do Pará https://orcid.org/0000-0003-0785-4490
  • Joyce Ramos da Silva Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2022v1n57.60212

Resumo

Este artigo fundamenta-se no argumento socioantropológico de que as crianças são agentes sociais. Buscou-se analisar o cotidiano da infância Tenetehar-Tembé visando a compreender como a criança se desenvolve, cresce, isto é, torna-se um adulto Tenetehar-Tembé. A pesquisa valeu-se do uso de desenhos como perspectiva metodológica que orientou a perscrutar a agência das crianças na organização social, cultural e política dos seus grupos. As análises evidenciaram a participação ativa da criança Tenetehar-Tembé na manutenção do seu território, como foi possível observar nas relações cotidianas da aldeia, como é o caso do compartilhamento dos espaços coletivos de tomadas de decisão, de trabalho, das festas, da vida doméstica e dos processos ritualísticos junto aos adultos. Reconhecer-se como indígena, para os Tenetehar-Tembé, depende do aprendizado sobre a vivência cotidiana no território, como expressaram nos seus desenhos. O processo, portanto, de tornar-se adulto e Tenetehar-Tembé demarca a importante relação das crianças com os mais velhos e com os demais seres da natureza na atualização do repertório ancestral que mantém a continuidade do grupo no tempo. Mas, para isso, elas transformam os sistemas configurados pelos adultos e imprimem neles a sua autonomia. Esse processo é compreendido pelos Tenetehar-Tembé como uma estratégia política que fortalece a luta pela garantia da permanência do grupo. 

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Biografia do Autor

Vanderlúcia Da Silva Ponte, Universidade Federal do Pará

Antropóloga, professora adjunta II da Faculdade de História e do Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia (PPLSA) e do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar Indígena (PPGEI/UEPA/UFPA/Ufopa/Unifespa) e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Interculturais Pará- Maranhão (GEIPAM).

Maria Amoras, Universidade Federal do Pará

Antropóloga, professora do curso de graduação e pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Pará (UFPA). Líder do grupo de pesquisa Interfaces: relações étnico-raciais, gênero, geração e corpo em territórios Amazônicos.

Joyce Ramos da Silva, Universidade Federal do Pará

Graduada em História pela Universidade Federal do Pará e pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Interculturais Pará- Maranhão (GEIPAM).

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Publicado

09.01.2023

Como Citar

Da Silva Ponte, V., Amoras, M. ., & Ramos da Silva, J. (2023). ENTRE MATAS E RIOS : o cotidiano da infância Tenetehar-Tembé pelas crianças. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(57). https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2022v1n57.60212

Edição

Seção

N ° 57 OS DESENHOS DAS CRIANÇAS NOS ESTUDOS DA INFÂNCIA