O CONCEITO DE BIOPODER HOJE

Autores

  • Paul Rabinow
  • Nikolas Rose

Resumo

Neste artigo empreendemos uma clarificação conceitual dos conceitos de biopoder e biopolítica, e argumentamos em favor de sua utilidade na análise contemporânea. Consideramos o desenvolvimento foucauldiano destes conceitos, e diferenciamos sua visão, a qual é próxima da nossa, da retomada dos termos por Georgio Agamben e Antonio Negri. Sugerimos que o biopoder envolve um ou mais discursos de verdade sobre o caráter vital dos seres humanos; um conjunto de autoridades consideradas competentes para falar aquela verdade; estratégias de intervenção na existência coletiva em nome da vida e da saúde; e modos de subjetivação, nos quais os indivíduos atuam sobre si próprios em nome da vida ou da saúde individual ou coletiva. Afirmamos que, enquanto uma forma excepcional, especialmente em condições de ditadura absolutista, e quando combinado com certos recursos técnicos, o biopoder pode levar a uma tanatopolítica assassina uma política da morte. Porém, o biopoder nos estados contemporâneos assume uma forma diferente. Caracteristicamente, ele envolve uma relação entre deixar morrer (laissez mourir) e fazer viver (faire vivre) ou seja, estratégias de governo da vida. Utilizando exemplos de nossas pesquisas atuais, consideramos os desenvolvimentos recentes no biopoder em torno de três temas: raça, população e reprodução, e medicina genômica. Palavras-chave: Biopoder. Biopolítca. Raça. Genômica.

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Publicado

04.12.2006

Como Citar

Rabinow, P., & Rose, N. (2006). O CONCEITO DE BIOPODER HOJE. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 24(24), 27–57. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/politicaetrabalho/article/view/6600

Edição

Seção

ARTIGOS