DESMEMBRAMENTO E CURA EM THE BLUEST EYE
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v11i2.53731Palavras-chave:
The Bluest Eye, Desmembramento, Identidade, Trauma, CuraResumo
Este artigo aborda o desmembramento do sujeito negro a partir do romance The Bluest Eye, de Toni Morrison. A hipótese é que os eventos do racismo cotidiano geram traumas e um desses traumas é o desmembramento da identidade do sujeito negro. Para tanto, percorreremos o romance de Morrison a fim de identificar em alguns episódios de racismo o desmembramento dessa identidade e apontar uma possível cura através do ato de narrar. Entre as autoras trabalhadas, além da própria Toni Morrison, estão: Sueli Carneiro e o conceito de epistemícidio como mecanismo de inferiorização do conhecimento do sujeito negro; Grada Kilomba, que enfatiza o racismo como evento traumático e a necessidade de tornamo-nos sujeitos; bell hooks, que expõe as dificuldades das mulheres negras na escolha da vida intelectual; Conceição Evaristo e o seu conceito de escrevivência como resgate do protagonismo negro e Carolina Maria de Jesus, como exemplo de intelectual. Por meio dessas autoras tencionaremos demonstrar que o racismo é produtor de sofrimento, mas que a cura pode ser realizada tanto através do ato de narrar, quanto do não permitir que a história seja esquecida.
Downloads
Referências
ADISA, Opal Palmer. “Balançando sob a luz do sol: stress e mulher negra”. In: WERNECK, Jurema; MENDONÇA, Maísa; WHITE, Evelyn C. O livro da saúde das mulheres negras: nossos passos vêm de longe. Rio de Janeiro: Pallas / Criola, 2000, p. 111-115.
AKHTAR, Jaleel. Dismemberment in the Fiction of Toni Morrison. Cambridge Scholars Publishing, 2014.
ALMEIDA, Maria. Emília. Sousa. A força do legado transgeracional numa família. Psicologia: Teoria e Prática, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 215-230, 2008.
ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do Terceiro Mundo. Revista Estudos Feministas, v. 8, n. 1, p. 229-236, 2000.
CALDIN, Clarice Fortkamp. A leitura como função terapêutica: Biblioterapia. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n. 12, dez. 2001.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (Doutorado em Filosofia da Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005.
FARIAS, Tom. Carolina: Uma biografia. Rio de Janeiro: Malê, 2017.
HAYES, Martina Louise. Legacy of Shame: A Psychoanalytic History of Trauma in The Bluest Eye. ETD Archive, 2015. Disponível em: <https://engagedscholarship.csuohio.edu/etdarchive/880>. Acesso em: 27 de maio de 2020.
HOOKS, bell. Intelectuais Negras. Revista Estudos Feministas, n. 2/95, v. 3, 1995.
JESUS, Carolina Maria de. Diário de Bitita. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
______. Quarto de despejo. Edição Popular. São Paulo: Francisco Alves, 1963.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, J.B. Vocabulário de psicanálise. São Paulo: M. Fontes, 1994.
MCDONNELL, Eric D. Jr. As If We Were Alive: Trauma Recovery in Toni Morrison's Beloved and The Bluest Eye. Honors Research Projects, 2016. Disponível em: http://ideaexchange.uakron.edu/honors_research_projects/355. Acesso em: 27 de maio de 2020.
MORRISON, Toni. The Bluest Eye. New York: Vintage International, 2007.
______. O olho mais azul. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
______. Romantizando a escravidão. In: MORRISON, Toni. A origem dos outros: seis ensaios sobre racismo e literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2019b.
SANTOS, Joel Rufino dos. Carolina Maria de Jesus: uma escritora improvável. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se Negro. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).