ENSINO DE FILOSOFIA FACE AO PRECONCEITO E EXCLUSÃO DA MULHER NO CORPUS FILOSÓFICO

Autores

  • Rosa Alfredo Mechiço Universidade Pedagógica de Maputo

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v11i3.53845

Palavras-chave:

Desafios, Exclusão, Filosofia, Mulher, Preconceito

Resumo

A história do pensamento filosófico ocidental é masculinizada, o que torna claro que a filosofia tem, ou pode ter, um caráter ideológico (ideológico no sentido de encobrimento de relações de poder ilegítimas), mas pode também possuir um potencial emancipatório que reside em sua força crítica. Outrora rejeitada e até marginalizada, na actualidade nota-se um esforço aguerrido por parte da mulher no sentido de libertar-se das amarras que lhe foram imposta pela educação moral tradicional e pela religião. A mulher sente que é chegado o momento de livrar-se do cativeiro, sair da caverna, isto é, do confinamento, do esquecimento e silenciamento e ousar pensar por si própria, encarnando a possibilidade de recuperação de suas experiências, vivências, ideias e conhecimento. Este processo passa pela constituição de um corpus filosófico não-sexista, identificação das filósofas, inclusão de produções intelectuais femininas em obras e nos curricula que possibilitem a existência de debates internos que mostram a força do pensamento feminino no âmbito da filosofia, um pensamento que já gera teorias próprias que debatem entre si.

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Publicado

08-10-2020

Edição

Seção

ENSINO DE FILOSOFIA E QUESTÕES DE GÊNERO (2020)