JUNGER E O TRABALHADOR:

AS CONVICÇÕES SOBRE UMA NOVA ORDEM

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v13i2.61685

Palavras-chave:

Ernst Junger, Gestalt do trabalhador, Typus, Mundo do Trabalho, Mobilização Total

Resumo

Dos textos entre guerras, advogaremos que as análises de Ernst Junger acerca da Gestalt do trabalhador apontam para uma nova ordem planetária. Junger exalta o domínio de um novo Tipo humano, expresso no trabalhador, responsável pela mobilização técnica total. Enquanto via de enfrentamento ao niilismo e planificação do mundo mediante a superação da burguesia, o trabalhador surge como uma forma de poder impessoal, sobre o qual repousa destino da Terra, e pelo qual dá-se não só o esvaziamento ativo dos valores da velha ordem, mas a possibilidade de um mundo mais elementar, onde não há um só átomo alheio ao trabalho. Mobilizando todas as forças da cadeia produtiva, o trabalhador surge como fruto e agente configurador da totalidade do trabalho. Na contramão do estado de comodidades propagandeados pela burguesia, ele é capaz de originar uma nova forma de exercer o poder, por mais perigosa e dolorosa que seja.

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Biografia do Autor

Diego Luiz Warmling, Doutorando do PPGFil UFSC

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGFil UFSC), graduando do curso de história da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), licenciado e bacharel em filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestre em ontologia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGFil UFSC). E-mail: diegowarmling@hotmail.com

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Publicado

23-09-2022

Edição

Seção

Artigos