O (DES)PRENDIMENTO DA SACRALIZAÇÃO DOS ANIMAIS NÃO HUMANOS E A LITERATURA CONTEMPORÂNEA:

UMA ANÁLISE A PARTIR DE PETER SINGER

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v15i1.69308

Palavras-chave:

Animais Não Humanos, Sacralização, Singer, Literatura

Resumo

O objetivo do artigo versa sobre a compreensão do (des) prendimento da ótica da sacralização dos animais não humanos a partir da análise de Peter Singer (1946). Procuraremos traçar, paulatinamente, uma linha do tempo acerca dos problemas que incorrem o usufruto do animal não humano ao bel-prazer do homem, por meio da sacralização, propondo ao mesmo tempo reverberações que incidam no bem-estar animal. No primeiro momento, abordaremos como a religião cristã introduziu na sociedade a ideia de superioridade da espécie humana. Depois, mostraremos como a modernidade/contemporaneidade encara a questão animal, observando se adota a manutenção das mesmas predileções sacras ou se já assevera incursões empáticas para com as demais espécies animais. Concluímos, a partir de um olhar sobre o holocausto histórico e sacrificial, que os desdobramentos acerca da utilização dos animais não humanos foram alvo da facticidade histórica, que os estabeleciam como meros instrumentos ritualísticos, mas que a literatura já assevera incursões para adotarmos uma postura solidária para com as variadas espécies animais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Araujo Alencar, Universidade Federal do Piauí

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí - UFPI. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí - UFPI (2021). Especialista em Metodologia do Ensino da Filosofia pela Faculdade UNYLEYA (2019). Possui Graduação em Filosofia pela UNIFAVENI (2024). Graduado em Pedagogia pela UNIFAVENI (2021). Possui Graduação em Licenciatura Plena em Normal Superior pelo Instituto Superior de Educação Santo Agostinho - ISA (2007). Realiza pesquisas que intercambiam nas áreas de Filosofia e Filosofia da Educação, Ética Animal e Filosofia e Literatura. Atua principalmente com os seguintes temas: Pragmatismo e Neopragmatismo (de Richard Rorty); Arqueologia do Saber, Genealogia do Poder e Estética da Existência (de Michel Foucault) e Ética Animal (Haraway, Massumi e Malecki). 

Pedro Lucas Vilanova de Assis Silva, Universidade Federal do Piauí

Acadêmico do curso de Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Piauí.

Link do Lattes: https://lattes.cnpq.br/5733234125140082

Referências

ADORNO, Theodor. A Indústria Cultural e sociedade. Trad. Juba Elisabeth Levy. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

ARISTÓTELES. A política. Trad. Nestor Silveira Chaves. São Paulo: Lafonte, 2017.

ASSIS, Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.

Bíblia Sagrada. Tradução por José Luiz Gonzaga do Prado. Edição pastoral. São Paulo: editora Paulus, 1990.

BASTOS, Augusto Velloso. Direitos para os animais não humanos? Algumas teorias filosóficas a respeito. Revista Brasileira de Direito Animal. Salvador, v. 13, n. 2, p. 40-60, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/RBDA /article/view/27933/16585. Acesso em: 28 set. 2023.

DANTAS, Willian; TAVARES, Denise. O “resgate dos beagles”: um embate entre afeto e ciência no cenário midiático. Esferas, v. 1, n. 10, p. 69-79, 2018.

FAUSTO, Juliana. A cadela sem nome de Descartes: Notas sobre vivissecação e mecanomorfose no século XVII. Revista doispontos. Curitiba, v. 15, n. 1, p. 43-59, 2018. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/doispontos/article/view/57226. Acesso em: 5 set. 2023.

FELIPE, Sônia T. Antropocentrismo, sencietismo e biocentrismo: Perspectivas éticas abolicionistas, bem-estaristas e conservadoras e o estatuto de animais não-humanos. Revista Páginas de Filosofia. São Paulo, v. 1, n.1 p. 1-20, jan.-jul., 2009.

GODOY, Arnaldo Sampaio de Moraes. Baleia, de Graciliano Ramos, e o sonho como forma de esperança. Consultor Jurídica. 28 jun. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-jun-28/embargos-culturais-baleia-graciliano-ramos-sonho-forma-esperanca. Acesso em: 2 out. 2023.

HUME, David. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. 1. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2004.

SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

LAPLANCHE, Jean. A revolução copernicana inacabada. Percurso, São Paulo, v. 3, ed. 56, p. 1-12, 2016.

MARCONDES, Danilo. Introdução à história da filosofia: dos Pré-Socráticos a Wittgenestein. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

NÉIRA, Hernan. O impenetrável coração animal: Descartes e Condillac sobre os animais. In: OLIVEIRA, Jelson. Filosofia Animal: humano, animal, animalidade. Curitiba: PUCPress, 2016.

PALHANO, Jerson José Darif; SANCHES, Mario Antonio. Teologia da compaixão com os animais: a prática de Jesus. Revista Pistis e Práxis: Teologia e Pastoral. Curitiba, v. 5, n. 1, p. 169-184, jan.-jun., 2013.

RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 120. ed. São Paulo: Editora Record, 2013.

RORTY, Richard. Contingência, ironia e solidariedade. Trad. Vera Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

SINGER, Peter Albert David. O domínio do homem...: uma breve história do especismo. In: SINGER, Peter Albert David. Libertação Animal: o clássico definitivo sobre o movimento pelos direitos dos animais. 1. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. p. 269-308.

SGANZERLA, Anor; XAVIER, Bruno Henrique do Rosário. O paradigma do animal máquina como paradigma da ciência reducionista: uma leitura a partir de Hans Jonas. Revista Dissertatio de Filosofia. Pelotas, v. 57, p. 188-213, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/dissertatio/ article/view/24830. Acesso em: 6 set. 2023.

Downloads

Publicado

30-06-2024

Edição

Seção

Artigos