AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS E O ENSINO DE FILOSOFIA:

POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v15i1.70244

Palavras-chave:

Competências socioemocionais, Ensino de Filosofia, Escola Nova

Resumo

Neste artigo busco situar as competências socioemocionais, tais como estas são mencionadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em meio à duas perspectivas antagônicas que as tematizam no debate contemporâneo: a perspectiva crítica proveniente do materialismo histórico dialético e a concepção favorável à tais competências  cujas origens remontam à Escola Nova. Estabeleço este contraste com o intuito de compreender se as competências socioemocionais são unicamente um mecanismo de coerção e consenso frente às transformações no mundo do trabalho, como indica a concepção crítica, ou se estas podem possibilitar não apenas um ganho de linguagem no que diz respeito à dimensão dos afetos, mas também o desenvolvimento de disposições afetivas pró-sociais, tão necessárias à defesa e ao cuidado de um mundo compartilhado.. A filosofia, por sua vez, foi compreendida ainda na antiguidade como um pensamento capaz de alterar o modo de ser e de agir do indivíduo que com ele faz contato. Cabe problematizar, portanto, os modos pelos quais esta disciplina pode se relacionar com as competências socioemocionais desde uma perspectiva crítica, alinhada ao propósito de contribuir para a formação de sujeitos atitudinalmente capazes de ir além do interesse próprio em prol da preservação e sustentação do bem comum. 

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Publicado

30-06-2024

Edição

Seção

FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: POLÍTICAS CURRICULARES E POLÍTICAS DA FILOSOFIA