OCORRÊNCIA DE PROCESSOS FONOLÓGICOS EM CRIANÇAS RESIDENTES EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

Resumo

Caracteriza-se alteração de fala a produção inadequada dos sons, uso inadequado das regras fonológicas da língua como também a relação à distribuição do som e ao tipo de sílaba. Para que a criança adquira as bases para um desenvolvimento saudável da linguagem faz-se necessário a interação com a família e um ambiente estimulador, com isso a privação precoce e institucionalização afetam o desenvolvimento emocional, cognitivo, social e neurofisiológico da mesma. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi investigar a ocorrência de processos fonológicos em crianças residentes em acolhimento institucional. A pesquisa foi realizada em um acolhimento institucional com a participação de dez crianças com faixa etária entre quatro e onze anos de idade e oito cuidadores/responsáveis do acolhimento. Foram utilizados dois questionários elaborados pelas pesquisadoras direcionado ao público já referido e, por conseguinte, foi feita avaliação fonológica mediante a utilização do protocolo ABFW – Teste de Fonologia com as crianças. Os dados foram tabulados para posterior análise estatística descritiva e inferencial. Os processos fonológicos encontrados sem maior frequência foram simplificação de líquida, simplificação do encontro consonantal e simplificação de consoante final. Em relação ao grau da alteração fonológica em sua maioria ocorreu no sexo masculino, até nove anos de idade, com até 21 meses de institucionalização, apresentando prevalência no grau leve na etapa de imitação e moderado leve na etapa de nomeação. Pode-se concluir que a maioria das crianças institucionalizadas apresentaram diversos processos fonológicos em seu discurso, sendo necessária uma avaliação e terapia fonoaudiológica mais direcionada.