PERCEPÇÕES E CONHECIMENTOS DE MÉDICOS PEDIATRAS E CIRURGIÕES-DENTISTAS SOBRE MAUS-TRATOS INFANTIStis

Resumo

Objetivo: Avaliar as percepções e os conhecimentos de pediatras e cirurgiões-dentistas do município de Campina Grande/PB sobre o tema maus-tratos infantis. Método: A amostra, do tipo não probabilística, foi composta por 63 profissionais (28 pediatras e 35 cirurgiões-dentistas) e o instrumento de pesquisa consistiu de um questionário. Os dados foram organizados e tabulados com o auxílio do Software Epi-Info 3.4 e submetidos à análise estatística através do Teste do Qui-quadrado (p<0,05). Resultados: A maioria dos profissionais (65%) declarou não ter recebido informações durante a graduação. A totalidade dos pediatras (100%) e 88,6% dos cirurgiões-dentistas afirmaram serem capazes de identificar situações de violência infantil no ambiente de trabalho. Um percentual de 78,6% dos pediatras e 34,3% dos cirurgiões-dentistas já haviam suspeitado da ocorrência de maus-tratos, sendo observado associação positiva entre a área de formação e a suspeita de abuso infantil (P=0,001). A presença de lesão foi o sinal clínico mais freqüente para a suspeita (67,7%) e o órgão de proteção à criança e ao adolescente mais citado foi o Conselho Tutelar (41,3%). A maioria dos profissionais (68,2%) afirmou ser obrigado a denunciar situações de violência envolvendo menores de idade, porém os pediatras possuíam maior conhecimento da obrigatoriedade da notificação (92,8%) do que os cirurgiões-dentistas (48,6%). Conclusão: Os cirurgiões-dentistas apresentaram maior desconhecimento sobre o tema maus-tratos, denotando a necessidade de uma adequada capacitação desses profissionais durante a sua formação, tornando-os aptos a identificarem situações de abuso infantil em seus ambientes de trabalhos. DESCRITORES: Violência. Medicina. Odontologia.