PREVALÊNCIA DE NÃO REALIZAÇÃO DE PAPANICOLAU E FATORES ASSOCIADOS ENTRE MULHERES ATENDIDAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DO NORTE GAÚCHO
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6032.2022v26n3.60440Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Teste de Papanicolaou, Programas de Rastreamento, Saúde da Mulher, Neoplasias do Colo do ÚteroResumo
Objetivo: Determinar a prevalência de não realização do exame citopatológico do colo do útero e fatores associados. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal que analisou mulheres maiores de 20 anos atendidas na Atenção Primária à Saúde de Passo Fundo – RS, por meio de aplicação de questionário às pacientes em sala de espera de atendimento nas unidades de saúde no período de maio a agosto de 2019. Os dados foram duplamente digitados e validados e, após estatística descritiva, calculada a prevalência da não realização de Papanicolau nos últimos três anos, respeitando intervalo de confiança de 95% (IC95). A verificação dos fatores associados foi realizada através de análise bivariada (RP brutas e seus IC95) e multivariada (RP ajustadas e seus IC95). Resultados: Na amostra de 985 mulheres a prevalência de não realização do exame foi de 24% (IC95 21-26), enquanto para idade preconizada foi de 19%. Os fatores associados com o desfecho foram idade maior de 65 anos (RP=1,17; IC95 0,73-1,88), não possuir cônjuge (RP=1,23; IC95 1,01-1,51), menor escolaridade (ensino médio: RP 0,93; IC95 0,62-1,31 e ensino superior: RP 0,59; IC95 0,41-0,86), realização de mamografia nos últimos 2 anos (RP=3,06; IC95 2,11-4,42) e não ter vida sexual ativa (RP=4,01; IC95 1,20-5,00). Conclusão: Os resultados obtidos poderão nortear políticas públicas de prevenção em saúde direcionadas à parcela da população feminina que menos realiza o rastreamento, possibilitando maior adesão e consequente aumento de diagnóstico e tratamento precoces.
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