Avaliação da Robustez do Uso do Prêmio por Risco País no Cálculo do Custo de Capital Próprio no Brasil

Autores

  • Gildo Rodrigues da Silva Fucape Business School
  • Francisco José de Oliveira Andrade Fucape Businnes School
  • Daniel Reed Bergmann Universidade de São Paulo (USP)

Resumo

Objetivo: O objetivo desta pesquisa é verificar se há motivações para os executivos das empresas listadas na B3 utilizarem o prêmio por risco país em conjunto com o índice local (Ibovespa) ou o prêmio do mercado americano no cálculo do custo de capital próprio. Tendo em vista que esta prática está sendo discutida pela academia e pelos praticantes do mercado, e ainda não sem tem um entendimento consolidado sobre o tema.

Fundamento: Segundo Sanvicente (2015) este procedimento de incluir o prêmio por risco país e o prêmio de risco de mercado, pela diferença entre o índice local (Ibovespa) e a taxa livre de risco, ao mesmo tempo é redundante e inapropriado para a finalidade de estimação do custo de capital próprio de uma empresa.

Método: A pesquisa está classificada como descritiva e quantitativa e pode ser tratada como empírico-analítica, com a utilização dados secundários dos laudos de avaliações elaborados pelos analistas para oferta pública de aquisições de ações (OPA) no período de 2014 a 2019, disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários da B³. O artigo testou através de modelo de regressão em MQO, se as empresas mais negociadas no índice local (Ibovespa) no período de 2014 a 2019 possuem o coeficiente estatisticamente significante a fim de desconsiderar o uso do prêmio por risco país no cálculo do custo de capital próprio.

Resultados: Os resultados sugerem que o prêmio por risco país não deve ser utilizado no cálculo do capital próprio em conjunto com o prêmio de mercado americano ou o índice local (Ibovespa). Os dados demonstraram que a maior parte das companhias abertas listadas na B3 apresentam o coeficiente não significativo para o prêmio por risco país, sendo este índice inexpressivo para o cálculo do retorno anual das ações, e consequentemente para o cálculo do custo de capital próprio.

Contribuições: A pesquisa corrobora com a B3, com os stakeholders e os gestores das companhias, pois destaca os elementos essenciais e apontamento contidos nos laudos de avaliações que úteis e práticos no processo de avaliação de ativos.

Palavras-chave: CAPM. Ibovespa. Risco País.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gildo Rodrigues da Silva, Fucape Business School

Doutorando em Ciências Contábeis e Administração (FUCAPE)

 

Francisco José de Oliveira Andrade, Fucape Businnes School

Doutorando em Ciências Contábeis e Administração (FUCAPE)

Daniel Reed Bergmann, Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Administração (USP)

 

Referências

Ardison, K. M. M., Martinez, A. L., & Galdi, F. C. (2012). The effect of leverage on earnings management in Brazil. Advances in Scientific and Applied Accounting, 5(3), 305–324.
Bardgett, C., Gourier, E., &Leippold, M. (2019). Inferring volatility dynamics and risk premia from the S&P 500 and VIX markets. Journalof Financial Economics, 131(3), 593-618.
Brasil. Instrução CVM no 361, de 05/03/2002. Dispõe sobre o procedimento aplicável às ofertas públicas de aquisição de ações de companhia aberta. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/>.
Campos, A. L., Jucá, M. N., & Nakamura, W. T. (2016). Comos os gestorees brasileiro tomam suas decisões de custo de capital? Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS, 13(4), 309-330.
Da Cunha, M. F., Martins, E., & Neto, A. A. (2014). Avaliação de empresas no Brasil pelo fluxo de caixa descontado: evidências empíricas sob o ponto de vista dos direcionadores de valor nas ofertas públicas de aquisição de ações. Revista de Administração, 49(2), 251-266.
______ Neto, A. A., & Martins, E. (2018). Evidências empíricas das taxas de desconto na avaliação de empresas no Brasil. RevistaContemporânea de Contabilidade, 15(34), 21-41.
Damodaran, A. (2018). Country Risk: Determinants, Measures and Implications-The 2018 Edition. MeasuresandImplications-The. doi: 10.2139/ssrn.3217944 .
Estudo Técnico n° 01 de 26 de dezembro de 2011. (2011). Metodologia para apuração de estrutura e remuneração de capital. Brasília, DF: Agência Nacional de Transportes Terrestres. Recuperado de http://appweb2.antt.gov.br/acpublicas/cpublica2011-001/Anexo2_Estudo_Tecnico_WACC_e_BR.pdf.
Fama, E. F., &French, K. R. (1992). The cross‐section of expected stock returns. the Journal of Finance, 47(2), 427-465.
Fernandez, P. (2015) 119 common erros in company valuations. Working paper. IESE Business School – Univesity of Navarra, Barcelona, Spain.
Ferreira, A. L. (2010). The determinants of default risk in Brazil. AppliedEconomicsLetters, 17(17), 1703-1708.
Hirashima & Associados. (2008). Laudo de avaliação econômico-financeira para oferta pública de aquisição de ações preferenciais e ordinárias da Calçados Azaléia S.A. Central de Sistemas Comissão de Valores Mobiliários, Laudos e Editais de OPAs Registradas em 2008. Recuperado de http://sistemas.cvm.gov.br/?OfertasReg
Ipeadata EMBI+ Risco-Brasil. Recuperado em 10/04/2020: http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid=40940&module=M
Izecksohn Neto, D. (2008). Valor econômico, preço médio ponderado ou valor patrimonial: métodos de avaliação do ‘preço justo’ e o reembolso aos minoritários. Anais do Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – EnANPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 32.
Keck, T., Levengood, E., & Longfield, A. L. (1998). Using discounted cash flow analysis in an international setting: a survey of issues in modeling the cost of capital. Journal of Applied Corporate Finance, 11(3), 82-99.
Lima, F. Guasti., Neto, A. Assaf., Gatsios, R. Confetti., Figlioli, Bruno. (2017) Avaliação de empresas no Brasil: um confronto entre a teoria e a prática. XVII International Conference in Accouting. São Paulo.
Lintner, J. (1965). Security prices, risk, and maximal gains from diversification. The journal
offinance, 20(4), 587–615.
Longo, G., Cavalheiro, R. T., &Kremer, A. M. (2018). WACC no Agronegócio: Um Estudo Empírico no Setor Sucroenergético. Revista de Finanças e Contabilidade da Unimep, 5(2), 57-70.
Lucena, E. R. F. C, Silva, C. A. T, Melo, C. L. L & Gomes, A. M. (2013). Custo médio ponderado de capital: um estudo dos erros contidos em seu cálculo nas ofertas públicas de aquisições de ações registradas na comissão de valores mobiliários (CVM). RegistroContábil. 4(1), 19-32.
Mariscal, J. O., & Lee, R. M. (1993). The Valuation of Mexican Stocks: an Extension of the Capital Asset Pricing Model. Goldman Sachs. New York. Mimeo.
Marín, J. B., &Villada, F. (2020). Regionalized Discount Rate to Evaluate Renewable Energy Projects in Colombia. International Journal of Energy Economics and Policy, 10(2), 332-336.
Markota Vukić, N., Vuković, R., &Calace, D. (2018). Non-financial reporting as a new trend in sustainability accounting. Journal of Accounting and Management, 7(2), 13-26.
Mossin, J. (1966). Equilibrium in a capital asset market. Econometrica. 34(4), 768-783.
Nota Técnica nº 58 de 04 de dezembro de 2019. (2019). Custo médio ponderado de capital (wacc) para o processo da 3ª revisão tarifária ordinária da Companhia de Gás de São Paulo – Comgás: Agência reguladora de saneamento e energia do estado de São Paulo. Recuperado de http://www.arsesp.sp.gov.br/ConsultasPublicasBiblioteca/NT.F-0058-2019.pdf.
Nota Técnica nº 75 de 22 de março de 2013. (2013). Metodologia e critérios gerais para definição do custo de capital a ser utilizado no cálculo da remuneração das instalações de transmissão de energia elétrica. Brasília, DF: Agência Nacional de Energia Elétrica. Recuperado de http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2013/031/documento/nota_tecnica_n%C2%BA_75_sre-aneel.pdf.
Sanvicente, A. Z. (2015). Relevância de prêmio por risco país no custo de capital das empresas. Revista de Administração Contemporânea, 19(SPE), 38–52.
_______Carvalho, M. R. D. (2016). Determinantsoftheimpliedequityrisk premium in Brazil. bibliotecadigital.fgv.br. 430, 1-19.
_______Sheng, H. H., &Guanais, L. F. P. (2017). Are country and size risks priced in the Brazilian stock market?.BAR-BrazilianAdministration Review, 14(1).
Santos, A.C., Campos, E.S., Felipe, E.S & Anjos, V.M.L. (2008). Ofertas Públicas de Aquisição de Ações de Companhia Aberta (OPA): Investigação dos Laudos de Avaliação. EnANPAD, Rio de Janeiro, RJ, 32, 1-15.
Sharpe, W. F. (1964). Capital asset prices: A simplified model of portfolio analysis. Management Science, 9(2), 425-442.
Teixeria, V. P. M., Cunha, M. F. & Machado, C. A. (2013). Avaliação de empresas no Brasil: análise da premissa risco Brasil Anais Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade. São Paulo, SP, 10.

Downloads

Publicado

2021-12-30

Como Citar

Gildo Rodrigues da Silva, Francisco José de Oliveira Andrade, & Daniel Reed Bergmann. (2021). Avaliação da Robustez do Uso do Prêmio por Risco País no Cálculo do Custo de Capital Próprio no Brasil. Revista Evidenciação Contábil &Amp; Finanças, 9(3), 71–87. Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/recfin/article/view/55919

Edição

Seção

Seção Nacional