Influência Familiar no Retorno, Valor e Risco das Empresas Brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-1001.2024v12n1.67748Resumo
Objetivo: Analisar a influência familiar no retorno, valor e risco das empresas brasileiras.
Fundamento: As empresas familiares têm uma imagem organizacional distinta no mercado, visto apresentarem uma identidade única relacionada ao envolvimento familiar nos negócios, que pode ser mensurado por meio da extensão de sua propriedade, ingresso às práticas de governança corporativa e envolvimento direto na gestão. Na literatura, há indícios de que a configuração familiar é um fator influente no desempenho corporativo, inclusive referente ao mercado.
Método: Realizou-se um estudo documental com 108 empresas familiares brasileiras de capital aberto com ações negociadas na B3 no período de 2014 a 2018. Os dados foram coletados no Formulário de Referência e na base Refinitiv Eikon®. Para a análise, utilizou-se regressão com Painel de Dados empilhados.
Resultados: Contatou-se que não há influência da família sobre o retorno das ações. Por outro lado, quanto maior a participação familiar no Conselho de Administração e quando o CEO pertence à família maior o valor de mercado e o risco das ações. Além disso, constatou-se que quanto maior a participação familiar na diretoria menor é o valor de mercado e o risco das ações e quando há dualidade do CEO menor o valor de mercado.
Contribuições: Os resultados do estudo trazem uma reflexão, principalmente para gestores e investidores, sobre a configuração das empresas familiares brasileiras e as possíveis estratégias para se alcançar um melhor desempenho perante o mercado, como a adoção de boas práticas de governança corporativa e a pulverização da propriedade e da gestão.
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