Estratégias Genéricas e Desempenho Econômico-Financeiro de Operadoras Brasileiras de Planos de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-1001.2024v12n1.68257Resumo
Objetivo: Analisar a relação entre as estratégias genéricas adotadas pelas operadoras de planos de saúde (OPS) no mercado brasileiro e seu desempenho econômico-financeiro.
Fundamento: As estratégias (diferenciação, liderança em custo ou híbrida) se basearam no modelo de posicionamento estratégico de Porter e em quatro variáveis de desempenho.
Método: A extração dos fatores diferenciação e liderança em custo foi feita pela análise fatorial por componentes principais. Em seguida, na comparação de desempenho de longo prazo, foram utilizados o teste não paramétrico de Mann-Whitney e regressão de dados em painel dinâmico estimados pelo método dos momentos generalizados sistêmicos (GMM). Coletaram-se dados de 358 OPS entre 2011 e 2021.
Resultado: Conclui-se que as operadoras têm limitações para se aprofundar em apenas uma estratégia. Além disso, adotar alguma das estratégias implicou desempenho superior a longo prazo. As análises sugeriram que, quando as OPS objetivam aumentar o crescimento das vendas, deveriam buscar a orientação estratégica de liderança em custo ou híbrida. Por outro lado, verificou-se que a estratégia de diferenciação foi a única que impactou positivamente os indicadores de rentabilidade.
Contribuições: Esses resultados contribuem para a compreensão de como as OPS vêm se posicionando frente à concorrência com base em estratégias competitivas.
Palavras-chave: Estratégias Competitivas Genéricas. Operadoras de planos de saúde (OPS). Desempenho econômico-financeiro.
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