Contribuições de um percurso metodológico qualitativo para estudos sobre o Microempreendedor Individual (MEI)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2238-104X.2024v14n1.69121Palavras-chave:
Percurso metodológico, Abordagem qualitativa, Técnicas de pesquisa, Microempreendedor Individual, MEIResumo
Objetivo: Nosso trabalho tem como objetivo apresentar as contribuições que um percurso metodológico de pesquisa qualitativa pode oferecer a estudos que se proponham à investigação dos Microempreendedores Individuais (MEIs). Metodologia: Tendo como base a pesquisa exploratória das temáticas conceituais e do enquadramento jurídico do MEI, adotamos uma abordagem metodológica qualitativa básica, utilizando três técnicas de coleta de dados: pesquisa documental, observação e entrevistas narrativas. Principais resultados: Exibimos um percurso metodológico experienciado e construído a partir do contexto de pesquisa e das características dos participantes, apontando as contribuições que a abordagem metodológica e as técnicas de pesquisa podem oferecer aos estudos que envolvam o MEI, bem como seus benefícios para o campo empírico e à literatura que trata o tema. Contribuições acadêmicas: Do ponto de vista teórico, colocamos em discussão visualizações dominantes e representações homogêneas, desafiando mainstreams estabelecidos no campo do empreendedorismo e do MEI. Além de sustentar pesquisas de campo, o estudo contribui ao fortalecer uma posição metodológica que propicia ampliar as atuais representações sobre o microempreendedorismo, auxiliando uma construção científica próxima do trabalhador, ciente de suas particularidades, imersa em suas práticas e inserida em seu contexto de atuação. Contribuições práticas: Acrescentando contrastes e ampliando olhares sobre os MEIs, a metodologia explorada possibilita construir efeitos significativos performativos, ou seja, alcançando o nível de implicações sociais. Na medida em que permite aprofundar conhecimentos de determinadas realidades e das especificidades de grupos ou contextos dos MEIs, possibilita aos agentes públicos avançarem para além das ações horizontais e homogêneas direcionadas aos mesmos.
Downloads
Referências
Alvesson, M., & Sandberg, J. (2013). Constructing research questions: Doing interesting research. London: Sage Ltda. https://www.doi.org/10.4135/9781446270035
Ana, W. P. S., & Lemos, G. C. (2018). Metodologia Científica: a pesquisa qualitativa nas visões de Lüdke e André. Revista Eletrônica Científica Ensino Interdisciplinar, 4(12). Recuperado de http://natal.uern.br/periodicos/index.php/RECEI/article/view/1710
Aspers, P., & Corte, U. (2019). What is qualitative in qualitative research. Qualitative sociology, 42(2), 139-160. https://doi.org/10.1007/s11133-019-9413-7
Bauer, M. W., & Gaskell, G. (2017). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. (15a ed.) Editora Vozes Limitada.
Benatti, L. N., da Silva, E. E., & Prearo, L. C. (2021). Microempreendedores individuais e o desenvolvimento econômico nos municípios paulistas de 2010 a 2014. Iberoamerican Journal of Entrepreneurship and Small Business. Early View https://doi.org/10.14211/regepe.e1676
Bratich, J. (2018). Observation in a surveilled world. In N. K. Denzin, & Y. S. Lincoln (Eds.), The Sage Handbook of Qualitative Research (5a ed., pp. 911-945). London: Sage.
Brodsky, A. E. (2008). Fieldnotes. In L. M. Given (Ed.), The Sage Encyclopedia of Qualitative Research Methods (pp. 341-342). London: Sage.
Campanha, L. J., Lorenzo, H. C. de, Fonseca, S. A., & Paulillo, L. F. D. O e. (2017). Formulação e implementação, convergências e desvios: facetas da política pública do MicroEmpreendedor Individual (MEI) no plano local. Gestão & Produção, 24, 582-594. https://doi.org/10.1590/0104-530X3896-16
Carmo, L. J. O., Assis, L. B. D., Gomes, A. B., & Teixeira, M. B. M. (2021). O empreendedorismo como uma ideologia neoliberal. Cadernos EBAPE.BR, 19(1), 18-31. https://doi.org/10.1590/1679-395120200043
Chase, S. E. (2018). Narrative inquiry: Toward theoretical and methodological maturity. In N. K. Denzin, & Y. S. Lincoln (Eds.), The Sage Handbook of Qualitative Research (5a ed., pp. 946-970). London: Sage.
Ciccarino, I., Teixeira, A. C. C., & Moraes, A. (2019). Um ensaio sobre a ineficácia da política pública vinculada ao Microempreendedor Individual [MEI]. Cadernos de Gestão e Empreendedorismo, 7(2), 1-14. https://doi.org/10.32888/cge.v7i2.28966
Colbari, A. de L. (2015). Do Autoemprego ao Microempreendedorismo Individual: desafios conceituais e empíricos. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 4(1), 165-189. http://dx.doi.org/10.9771/23172428rigs.v4i1.10909
Corbetta, P. (2003). The use of documents. In P. Corbetta (Ed.). Social Research: Theory Methods and Techniques (pp. 287-309). London: Sage.
Costa, C. L., Oliveira, J. P., & Cavas, I. (2021). Investigação biográfica e análise com software: cooperação, empoderamento, (des)envolvimento. Práxis Educacional, 17(44), 1-22. https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i44.8021
Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (2018). Introduction: The discipline and practice of qualitative research. In N. K. Denzin, & Y. S. Lincoln (Eds.), The Sage Handbook of Qualitative Research (5a ed., pp. 29-71). London: Sage.
Fanton, M. (2011). Sujeito, sociedade e linguagem: uma reflexão sobre as bases teóricas da pesquisa com narrativas biográficas. Civitas - Revista de Ciências Sociais, 11(3), 529-543. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2011.3.10064
Fielding, N. G., Lee, R. M., & Blank, G. (Eds.). (2017). The Sage Handbook of Online Research Methods (2a ed). London: Sage.
Gorsky, M., & Mold, A. (2020). Documentary analysis. In. C. Pope & N. Mays, Qualitative research in health care (4a ed., pp. 83-96). John Wiley & Sons Ltd.
Grant, A. (2019). Doing excellent social research with documents: Practical examples and guidance for qualitative researchers. New York: Routledge.
Hammes, E. D., & Silveira, R. L. L. da. (2015). O microempreendedor individual (MEI) e o desenvolvimento territorial: uma análise da importância da legislação em diferentes escalas para efetivação da política pública. Revista do Desenvolvimento Regional, 12(2). https://doi.org/10.26767/coloquio.v12i2.317
Hewson, C. (2017). Research design and tools for internet research. In N. G. Fielding, R. M. Lee, & G. Blank (Eds.), The Sage Handbook of Online Research Methods (2a ed., pp. 57-75). London: Sage.
Jovchelovitch, S., & Bauer, M. W. (2008). Entrevista Narrativa. In M. W. Bauer, & G. Gaskell (Eds.), Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. (7a ed., pp. 90-113). Petrópolis: Vozes.
Lee, G., & Cochran, L. (1997). Becoming Self‐Employed. The Career Development Quarterly, 46(1), 98-108. https://doi.org/10.1002/j.2161-0045.1997.tb00695.x
Lopes, L. L. S., & Ipiranga, A. S. R. (2021). Etnografando Arquivos Históricos: Caminhos Possíveis para Pesquisas em Estudos Organizacionais. Organizações & Sociedade, 28(96), 35-53. https://doi.org/10.1590/1984-92302021v28n9602PT
Lune, H., & Berg, B. L. (2017). Qualitative research methods for the social sciences. (9a ed.). Pearson.
Marietto, M. L. (2018). Observação participante e não participante: contextualização teórica e sugestão de roteiro para aplicação dos métodos. Revista Ibero Americana de Estratégia, 17(4), 5-18. https://doi.org/10.5585/ijsm.v17i4.2717
Marroni, M. D. G. (2017). ¿“Dar voz al Otro”? Los métodos biográficos y las narrativas de los migrantes: un debate ejemplar en ciencias sociales. Tla-melaua, 10(41), 202-221. http://dx.doi.org/10.32399/rtla.10.41.214
McKechnie, L. E. F. (2008). Observational research. In L. M. Given (Ed.), The Sage Encyclopedia of Qualitative Research Methods (pp. 573-575). London: Sage.
Meneghetti, F. K. (2011). O que é um ensaio-teórico?. Revista de Administração Contemporânea, 15(2), 320-332.
Merriam, S. B. (1998). Qualitative Research and Case Study Applications in Education. Revised and Expanded from" Case Study Research in Education". San Francisco: Jossey-Bass Publishers.
Mills, C. W. The Sociological Imagination. New York: Oxford Univ. Press.
Minayo, M. C. D. S., & Costa, A. P. (2019). Técnicas que fazem o uso da palavra, do olhar e da empatia: Pesquisa Qualitativa em Ação. Aveiro: Ludomedia.
Nassaji, H. (2020). Good qualitative research. Language Teaching Research, 24(4), 427-431. https://doi.org/10.1177/1362168820941288
Nogueira, M. O. (2019). Um Pirilampo no porão: um pouco de luz nos dilemas da produtividade das pequenas empresas e da informalidade no país (2a Ed.). Brasília: IPEA.
Patias, N. D., & Hohendorff, J. V. (2019). Critérios de qualidade para artigos de pesquisa qualitativa. Psicologia em estudo, 24. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v24i0.43536
Petriglieri, G., Ashford, S. J., & Wrzesniewski, A. (2019). Agony and ecstasy in the gig economy: Cultivating holding environments for precarious and personalized work identities. Administrative Science Quarterly, 64(1), 124-170. https://doi.org/10.1177/0001839218759646
Portal do Empreendedor. (2022). Estatísticas. Brasília. Recuperado de http://www.portaldoempreendedor.gov.br.
Prior, L. (2016). Using documents in social research. In: D. Silverman. Qualitative research, 171-185. Sage Publications Ltd.
Riessman, C. K. (2012). Analysis of personal narratives. In J. F. Gubrium, J. A. Holstein, A. B. Marvasti, & K. D. Mckinney (Eds.), The Sage Handbook of Interview Research: The complexity of the craft (pp. 367-379). Los Angeles: Sage.
Rossi, R. (2018). Traduzir ou aplicar: as técnicas de pesquisa como fim ou meio?. Revista Eletrônica Arma da Crítica, (10), 60-70.
Rubin, A. T. (2021). Rocking qualitative social science: An irreverent guide to rigorous research. Stanford University Press.
Sabino, G. T. (2010). Empreendedorismo: reflexões críticas sobre o conceito no Brasil. Anais do Seminário do Trabalho, 7, 1-16.
Salgado, J. (2021). Microempreendedor individual e a noção de cidadania empresarial. Revista Mídia e Cotidiano, 15(1), 192-212. https://doi.org/10.22409/rmc.v15i1.46319
Santos, F. P., & Davel, E. P. B. (2021). Métodos biográficos para a pesquisa em Administração: princípios, potencialidades, práticas e desafios. REAd. Revista Eletrônica de Administração, 27(2), 430-461. https://doi.org/10.1590/1413-2311.320.103048
Sá-Silva, J. R., Almeida, C. D. D., & Guindani, J. F. (2009). Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista brasileira de história & ciências sociais, 1(1), 1-15.
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2016). Perfil do Microempreendedor Individual. Brasília. Recuperado de http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Perfil%20do%20MEI%202015. pdf
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. (2019). Perfil do Microempreendedor Individual. Brasília. Recuperado de https://datasebrae.com.br/wp- content/uploads/2019/08/013_0319_APRE_MEI_v15_principais-resultados-inicio.pdf
Souza, M. M., & Borges, L. de O. (2020). Salão parceiro na prática: submissão ou autonomia?. Psicologia & Sociedade, 32. https://doi.org/10.1590/1807-0310/2020v32218817
Tight, M. (2019). Documentary research in the social sciences. Sage Publications Ltd. https://dx.doi.org/10.4135/9781529716559
Vale, G. M. V. (2014). Empreendedor: origens, concepções teóricas, dispersão e integração. Revista de Administração Contemporânea, 18(6), 874-891. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac20141244
Vogt, S., Bulgacov, Y. L. M., & Elias, S. R. (2021). Entrepreneurial learning among practices: aesthetic and sensible knowledge in the life trajectory of entrepreneurs. International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research. https://doi.org/10.1108/IJEBR-04-2020-0204
Wissmann, A. D. M. (2021). Desconstrução e Discursos sobre a Figura do Microempreendedor Individual (MEI). Pretexto, 22(4), 96-106.
Wissmann, A. D. M., & Leal, A. P. (2018). Experiências de Microempreendedorismo Individual (MEI) na ótica das Relações de Trabalho no Município de Rio Grande-RS. Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo, 3(2), 5-19.
