Da fundamentação da matemática à fenomenologia: A evolução do problema do conhecimento não-intuitivo na primeira filosofia de Husserl
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.2016.45853Palavras-chave:
Fenomenologia, Representação, Simbolismo, Husserl, BrentanoResumo
De que modo uma filosofia que originalmente se ocupava de problemas de fundamentação da matemática devém uma filosofia da consciência? O objetivo deste artigo é esclarecer essa transformação que se encontra nas origens da fenomenologia de Husserl. Para tanto, orientamos nossas análises pela evolução do problema do conhecimento não-intuitivo nos seus primeiros escritos. Pretende-se, com isso, mostrar que a circunscrição temática da fenomenologia às vivências intencionais da consciência é o corolário do fracasso do primeiro programa filosófico de Husserl de fundamentação do cálculo. Mais precisamente, é a insuficiência da teoria das representações impróprias de atuar como fundamento do programa de aritmetização da análise que motiva Husserl a desenvolver sua própria teoria da representação – esta última responsável por romper com o marco empirista inicial que norteava seus primeiros esforços. Conclui-se indicando que a análise correlativa característica do período das Investigações Lógicas em diante é sua alternativa para os impasses dessa abordagem empirista com a qual primeiramente se enfrentou o problema do conhecimento não-intuitivo.Downloads
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