A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO BRASIL NO ENFRENTAMENTO À COVID-19 PELA REVISTA VEJA
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2446-7006.45v26n3.60650Resumo
Resumo: Buscamos analisar, sob a luz da semiótica francesa, com base nos trabalhos de Greimas (1977), Greimas e Fontanille (1993) e Fiorin (2002), a construção da imagem do Brasil por parte da revista Veja, no que tange ao combate ao novo coronavírus por parte do governo brasileiro. O nosso corpus foi composto por três capas publicadas pelo semanário, respectivamente, nas edições 2676, de 04 de março de 2020; 2728, de 10 de março de 2021; e 2743, de 23 de junho de 2021. A seleção das capas se deu por meio de um recorte qualitativo, levando em consideração aquelas que abordaram o combate à pandemia por parte do Governo Federal. Além disso, a escolha das publicações respeitou um recorte cronológico: a primeira capa foi publicada logo depois do anúncio do primeiro caso de Covid-19 no Brasil; a publicação da segunda ocorreu aproximadamente um ano após o início da pandemia; e a terceira foi publicada, justamente, depois de o país atingir a vergonhosa marca de 500.000 mortes em decorrência do contágio pelo SARS-CoV-2. Buscamos evidenciar os actantes partícipes dessas narrativas; o contexto de publicação das capas; as principais estratégias discursivas de que lançou mão o sujeito enunciador; e estabelecer a oposição elementar que subjaz a superfície verbo-visual. Após as análises, comprovamos que, no início da pandemia, Veja se mostrava otimista em relação à forma como o país conduziria o combate à pandemia; porém, esse discurso foi-se modificando à medida que o governo foi demonstrando sua inabilidade na contenção do número de contaminados e, consequentemente, de mortes provocadas pela Covid-19.
Palavras-chave: Semiótica. Brasil. Revista Veja. Pandemia. Covid-19.
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