Irmão de alma e a construção do religioso
Uma ruptura narrativa
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2446-7006.46v27n3.63437Resumo
Frère d’Âme (2018), de David Diop, foi a obra ganhadora do prêmio Choix Goncourt Brésil, em 2019, e recebeu uma tradução para o português, intitulada Irmão de Alma (2021). Nesse romance, são narrados os dramas vivenciados pelos soldados da Costa Ocidental da África, os jovens Alfa Ndiaye e Mademba Diop, durante a Primeira Guerra Mundial. Tomando como base a semiótica francesa, o presente artigo tem por objetivo lançar luz sobre a percepção religiosa concebida pela obra, a partir do olhar de Ndiaye. Situada no contexto da Primeira Guerra Mundial, em que a barbárie é o padrão normativo vigente, a narrativa de Diop nos leva a repensar o estatuto da religião. De um soldado idolatrado pelos assassinatos cometidos a um renegado pelo próprio batalhão, atravessaremos o desabrochar de um sujeito acometido pela perda do seu irmão de alma. Em uma guerra, nem mesmo o vale tudo é permitido; só se ele for benéfico para a manutenção do mais forte.
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