Cartografia do sensível
As relações entre o inteligível e o sensível na semiótica discursiva
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2446-7006.46v27n3.64075Resumo
Este trabalho teve como objetivo principal compreender, em que medida, existe uma episteme de ordem sensível na semiótica, por meio da historiografia linguística, contextualizando seu surgimento e sua permanência nos estudos semióticos discursivos contemporâneos. Estabelecemos, portanto, uma cartografia do sensível, sendo este visto como hiperônimo do campo e os outros conceitos circunscritos nele, os seus domínios (a corporeidade, a passionalidade e a sensibilidade). Recuperamos a espessura teórica desses conceitos pelos princípios historiográficos de K. Koerner (1996), de P. Swiggers (2009) e de S. Auroux (2008). Definimos nas análises como o sensível aparece na retórica e na imanência das obras dos semioticistas Greimas, Fontanille, Landowski e Zilberberg. Após ter estabelecido os desdobramentos conceituais do sensível, finalmente, conseguimos definir o lugar histórico de uma semiótica, hoje, considerada do sensível, explicitando se o mesmo ocorre no nível epistemológico da disciplina.
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