Transumanismo e a questão da liberdade frente ao aprimoramento moral
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v10i2.67284Palavras-chave:
transumanismo, aprimoramento moral, ética, liberdadeResumo
Os transumanismos, enquanto movimentos culturais, filosóficos e ideológicos que atingem as diversas áreas do saber técnico científico, têm provocado uma ruptura na práxis filosófica ocidental, pelo fato de afirmar a possibilidade de aprimoramento genético do ser humano através de procedimentos biotecnocientíficos. No entanto, as alterações biofísicas, defendidas pelos transumanistas, não se restringem apenas ao campo somático e psíquico, elas englobam a humanidade em sua totalidade, inclusive os aspectos morais. Nesse sentido, nosso objetivo neste artigo consiste em mostrar quais os impactos éticos e políticos em relação ao aprimoramento moral humano, destacando até que ponto nossa liberdade pode vir estar ameaçada por tais práticas. Afinal, seria possível aprimorar geneticamente nossa moral? Devemos aprimorar nossos traços disposicionais morais por meio de procedimentos biotecnocientíficos? Frente a esses questionamentos: num primeiro momento analisaremos como o aprimoramento moral humano pode interferir na nossa liberdade enquanto seres humanos; e num segundo momento, analisaremos como o aprimoramento humano se tornou uma urgência moral para os transumanistas.
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