Informação, memória e política
as bibliotecas monásticas medievais no filme O Nome da Rosa (1986)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1809-4775.2024v20n1.69531Resumo
Ao longo do Medievo, três foram os tipos de biblioteca que se desenvolveram: a particular, a universitária e a monástica. Uma vez que a sociedade medieval se calcava na cultura cristã, é possível inferir que as bibliotecas dos monastérios fossem as mais importantes, posto que os mosteiros eram o centro da civilização. Assim, o objetivo deste trabalho é utilizar o filme O Nome da Rosa (1986) para pensar sobre as bibliotecas monásticas medievais. Como procedimento metodológico foi realizada uma pesquisa bibliográfica e utilizado o filme em questão como ferramenta para compreender como as bibliotecas monásticas medievais absorviam as dimensões da informação, memória e política em seu cotidiano. A cenas do filme foram utilizadas como demonstração do entendimento histórico e biblioteconômico que se tem sobre esse tipo de biblioteca e como as perspectivas citadas podem ser compreendidas na biblioteca monástica. A partir da análise feita, pôde-se entender a biblioteca monástica a partir das perspectivas da informação, memória e política, de modo que as duas primeiras estavam condicionadas às vontades daqueles que detêm o poder. Desta forma, no Medievo, acesso à informação e salvaguarda documental se tornaram questões políticas. Portanto, a biblioteca monástica medieval foi um espaço político na medida em que seu acesso era restrito e todas as decisões tomadas a seu respeito eram medidas políticas e de demonstração de poder.