EM BUSCA DA PÁTRIA MÍTICA: visões da África entre adeptos do candomblé
Resumo
Como parte do processo de afirmação do candomblé como religião autônoma, portadora de uma cosmovisão e uma ritualística próprias, o continente africano tem sido invocado como fundamento capaz de legitimar, seja a adoção de determinadas práticas, seja a rejeição de outras, mesmo que consideradas tradicionais. Nesta conjuntura, termos como “dessincretização”, “reafricanização” e outros têm se tornado comuns no jargão de adeptos e pesquisadores. A própria denominação de “matriz africana” parece ter como objetivo destacar essa vinculação direta entre a origem (matriz) e a contemporaneidade dessas religiões. Desse modo, elas passam a ser pensadas em função da sua contigüidade para com uma tradição específica e não mais como um “mix” de tradições culturais distintas, tal como expressa o termo “afro-brasileiro”. Enfim, não mais religiões sincréticas, mas, sim, africanas. De forma ainda mais radical, alguns sacerdotes e sacerdotisas, rejeitam a própria denominação “candomblé”, alegando que esta se refere a uma religião sincrética, e optando pelo termo “tradição de orixá” para definir a sua religião. Mas de que África está se falando? Qual(is) imagem(ns) do continente africano estão sendo criadas/reproduzidas entre os adeptos das religiões de matriz africana? Como esta África mítica convive com as práticas contemporâneas? Baseando-se no depoimento de adeptos na cidade do Recife e Salvador este artigo procura identificar algumas dessas imagens.
Palavras-chave: Religiões Afro-brasileiras; Imaginário, Antropologia.
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