“EU SOU A CONSTITUIÇÃO!”: governo Bolsonaro e utilização de instrumentos coercitivos em nome do Estado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46906/caos.n30.65545.p202-224

Palavras-chave:

bolsonarismo, poder, democracia-liberal, símbolos.

Resumo

O artigo apresenta análise teórica e crítica sobre as relações Estado/governo/indivíduos, a partir de três situações reais nas quais o governo de Jair Messias Bolsonaro (2019-2022), utilizou de mecanismos e instrumentos coercitivos para punir indivíduos que se manifestaram contra seu governo. O objetivo deste artigo é analisar o discurso e a ação do governo Bolsonaro frente às manifestações contrárias ao seu exercício. Reflete também sobre os conceitos de Estado, democracia, e como eles são utilizados pelos governantes em uma dinâmica de interesse e manutenção de poder, resgatando-os como elementos simbólicos presentes no imaginário social. Balizados por fatores presentes na antropologia política, que, através de suas percepções aproximadas da realidade objetiva e subjetiva dos indivíduos, orientam-nos a um entendimento da realidade social mais ampla, em que elementos que aparentemente demonstram-se incongruentes, a exemplo das falas autoritárias e antidemocráticas do presidente Bolsonaro, fazem sentido na dinâmica subjetiva e simbólica de alguns grupos sociais. Questionou-se então, por que, mesmo diante de gestos antidemocráticos, o referido governo se manteve no poder? Metodologicamente adotou-se a pesquisa bibliográfica, bem como a análise de três reportagens de repercussão nacional. Assim, foi possível observar os jogos de interesse e de poder que permeiam as relações políticas nos estados democráticos. A análise desse campo teórico, com as comparações de material jornalístico, demonstrou a realidade ampliada, para além de modelos e conceitos estabelecidos, compreendendo a singularidade da democracia brasileira a partir da realidade social dos indivíduos e de seus grupos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Andrea Joana Sodré de Sousa Garcia, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Mestra em ciências sociais pelo PPGSoc/UFMA; bacharela e licenciada em ciências sociais pela UFMA. Professora de sociologia da educação básica pública do estadual do Maranhão. Currículo Lattes.

Ana Carolina Torrente Pereira, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Mestrado e graduação em ciências sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM/PR). Professora da rede básica de ensino do estado do Maranhão. Currículo Lattes.

Karlene Carvalho Marinho de Araujo, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Mestrado e graduação em ciências sociais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Professora do ensino básico técnico e tecnológico do Colégio Universitário. COLUN/UFMA. Currículo Lattes.

Downloads

Publicado

2023-06-01