EDUCAÇÃO, EXCLUSÃO E RACISMO: reflexões sobre as relações étnico-raciais na EJA na dissertação de Thâmara Borges

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46906/caos.n33.70511.p314-326

Palavras-chave:

EJA, alfabetização, relações étnico-raciais, Lei 10.639/2023.

Resumo

Na sua dissertação, Thâmara Borges faz um apanhado da primeira concepção de Educação fomentada por instituições não governamentais, tais como o Movimento de Cultura Popular (MCP) e o Movimento de Educação de Base (MEB), sob a liderança da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), entre outras. Ela apresenta uma concepção teórica e prática de docentes no que concerne ao racismo, identificando como o ensino de relações étnico-raciais foi desenvolvido na escola em que realiza sua pesquisa, a partir da perspectiva histórica. O objetivo final é contribuir mais efetivamente com o trabalho teórico-metodológico em sala de aula, buscando maior visibilidade e conscientização sobre a temática da educação das relações étnico-raciais na educação de jovens e adultos (EJA), que, para a autora, continua a ser uma “alfabetização aligeirada para o trabalho” frente aos problemas educacionais da população pobre, majoritariamente negra, com projetos emergenciais, em vez de investir em reformas estruturais. Em diálogo com Nilma Lino Gomes, Borges enfatiza as ações do movimento para democratizar a educação formal e de qualidade para negros/as, incluindo a inserção da cultura e história afro-brasileira no currículo dos ensinos fundamental e médio, conforme a Lei 10.639 de 2003.

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Biografia do Autor

Ana Lúcia Mathias Fernandes Coelho, NEAB/UFPR - Pesquisadora

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná – UFPR (2022). Mestra em Educação pela Universidade Federal de Paraná – UFPR (2011). Especialista em Ciências Matemática pelo Centro Universitário Campos de Andrade – Uniandrade (2000). Especialização em Magistério da Educação Básica – Educação Especial pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão – IBPEX (1999). Especialização em Magistério de 1 e 2 Graus pelo Campus Universitário Bezerra de Menezes (1997). Graduação em Ciências pela Universidade Estadual de Londrina – UEL (1987) e possui Aperfeiçoamento em Educação Africanidades Brasil – Curso à Distância pela Universidade de Brasília, UnB (2006). Atualmente é professora de Ciências e Matemática na Rede Municipal de Ensino de Curitiba e na Rede Estadual de Ensino do Paraná. Integrante do Fórum Regional de Educação – ABPN - Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – Neab/UFPR. Integrante e pesquisadora do OCUPP – Observatório de Culturas e Processos Políticas Pedagógicas/UFPR. Integrante também do Erê Yá – Grupo de Estudos e Pesquisas em Relações étnico-raciais, UFPR; É membra da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as - ABPN e da ANPEd – GT21 – Educação e Relações Étnico-raciais. E membra da Associação Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica AIIIPe e é Pesquisadora do NEAB/UFPR. http://lattes.cnpq.br/3066815584196752.

Henrique Cunha Junior, Universidade Federal Ceará - UFC

Doutor pelo Instituto Politécnico de Lorraine, Nancy, França (1983). Mestre em Historia (DEA) pela Faculdade de Letras de Nancy, França (1981). Pós-doutoramento em Engenharia na Universidade Técnica de Berlin. Bolsista DAAD do governo Alemão (1985). Livre Docente da Universidade de São Paulo (título de pós-doutoramento com tese e concurso publico) (1993). Professor da Universidade de São Paulo (1984- 1994). Pesquisador sênior e chefe de departamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT (1987- 1995). Professor titular da Universidade Federal do Ceará (1994- 2020). Professor visitante da Universidade Federal da Bahia (2020). Leciona as disciplinas de graduação e pós-graduação: Historia dos Afrodescendentes; Urbanismo Africano; Bairros negros; Ciência tecnologia e Sociedade; Planejamento Energético. Pesquisa urbanismo Africano; bairros negros; educação da população negra; tecnologias africanas na Formação do Brasil. Orientou 30 teses de doutoramento e 50 de mestrado. Trabalha com a teoria da complexidade sistêmica e a transdisciplinaridade. Cursou Especialização em Cidades (2016). Tem Curso Técnico da Acupuntura na Mãos (2016). Cursou Especialização em Projeto Arquitetônico Contemporâneo: Teoria e Prática (Universidade Federal do Ceará – 2019 a 2022). Autor de Tear Africano – Contos. Autor de Espaço Publico, Urbanismo e Bairros Negros (Editora Appris, 2020). http://lattes.cnpq.br/3168771550890062

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Publicado

2024-12-07