NOVAS CONFLITUOSIDADES COM A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E A REPRODUÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO NO MARANHÃO A PARTIR DE GRANDES PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2019v13n2.42518Resumo
Analisar as novas confliuosidades no campo maranhense a partir da precarização do trabalho e a reprodução do trabalho escravo relacionadas com a implantação de grandes projetos de desenvolvimento no Estado do Maranhão, sobretudo, a partir da repercussão da instalação da Estrada de Ferro Carajás e da instalação de atividades ligadas à mineração no estado. Realizamos busca bibliográfica em torno dos conflitos socioambientais e do trabalho escravo contemporâneo, além de trabalhos de campo em municípios cortados pela a Estrada de Ferro Carajás (EFC), (Açailândia, Anajatuba, Buriticupu, Igarapé do Meio). A EFC corta vários municípios maranhense, transformando suas economias e modificando suas dinâmicas territoriais de uso da terra. As transformações associadas à sua instalação passam pela limitação de acesso à terra e aos recursos naturais, fazendo com que grupos camponeses sofram com o processo de empobrecimento. As situações de escassez e o crescimento da pobreza nos municípios estão relacionados com a vulnerabilidade para o aliciamento para o trabalho escravo. A partir de dados da Comissão Pastoral da Terra, constatamos que a quantidade de trabalhadores resgatados do trabalho escravo oriundos de municípios cortados pela EFC é alto. Em 2015, vários municípios cortados pela ferrovia, como Anajatuba (146), Bom Jesus das Selvas (46), Açailândia (320), Alto Alegre do Maranhão (97) e Buriticupu (110), apresentaram uma grande quantidade de trabalhadores resgatados de trabalho escravo. A questão agrária, associada a especulação de terras, a própria privatização de terras pelos empreendimentos vinculados à EFC, está associada à nova conflituosidade, que é a reprodução do trabalho escravo contemporâneo.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2019-12-28
Edição
Seção
Artigos