COMPROMETIMENTO DA VAZÃO DE MANUTENÇÃO DO RIO GRAMAME PELO LANÇAMENTO DE CARGAS POLUIDORAS NOS CURSOS D'ÁGUA A JUSANTE DO RESERVATÓRIO GRAMAME-MAMUABA, ESTADO DA PARAÍBA, BRASIL

Autores

  • Gilson Melo Universidade Federal da Paraíba
  • Carmem Lúcia Moreira Gadelha Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2021v15n1.53258

Resumo

Na bacia do Rio Gramame, os cursos d’água a jusante do reservatório Gramame-Mamuaba estão submetidos a uma situação bastante complicada, por serem impactados por atividades agrícolas, industriais e domésticas. Este trabalho teve como objetivo investigar se a vazão de manutenção (vazão ecológica) do Rio Gramame está sendo ou não comprometida pela diluição de cargas poluidoras industriais, que são despejadas a jusante daquele reservatório. As medições de vazão foram realizadas em oito estações posicionadas no rio Gramame e em dois afluentes, o riacho Mussuré e o rio Mumbaba, nas cercanias dos distritos industriais de João Pessoa e Conde. Na área estudada, as indústrias mais impactantes, quanto à carga orgânica poluidora estimada, pertencem às tipologias bebidas, têxtil, alimentos e polpa e papel. A carga poluidora industrial, em termos de DBO, foi estimada em 19.557,31 kg.dia-1, equivalente à poluição causada por uma população de 362.172 habitantes. Os valores estimados de DBO da mistura, correspondentes às cargas poluidoras que chegam aos rios Mumbaba e Gramame, são bastante altos, notadamente nos PM 1, 2 e 3. Em decorrência disso, as vazões mínimas a serem mantidas nos cursos d’água pesquisados, de modo a garantir a diluição das cargas poluidoras, visando a atender a DBO máxima permitida pela legislação, deveriam ser muito mais altas do que as vazões máximas efetivamente medidas. Depreende-se, assim, que os cursos d’água estudados não têm vazão suficiente para diluir as cargas provenientes do Distrito Industrial de João Pessoa, as quais comprometem inclusive a vazão ecológica deles.

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Publicado

2022-06-27

Edição

Seção

Artigos