NO FUNDO DA COVA: DETERIORAÇÃO DO TRABALHO NO SETOR EXTRATIVO MINERAL EM GOIÁS, BRASIL

Autores

  • Ricardo Junior de Assis Fernandes Gonçalves Universidade Estadual de Goiás
  • Larissa Di Oliveira Santhomé Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás
  • Danniella Davidson Castro Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.0vn0.53888

Resumo

O modelo de mineração no Brasil baseia-se na exaustão impetuosa das paisagens, dos recursos territoriais e da saúde do trabalhador. Os desastres ocorridos Mariana (MG) e Brumadinho (MG) nos anos de 2015 e 2019 relevaram os riscos e efeitos predatórios deste setor. Contudo, as barragens de rejeitos e os riscos que elas representam são apenas parte do problema. A mineração é uma atividade que opera em redes globais extrativas e seus efeitos não se reduzem à mina ou às barragens de rejeitos. Pilhas de estéril, ferrovias, minerodutos, siderurgias, portos e estradas integram as redes de produção mineral e seus impactos e conflitos. Mas, neste artigo, a centralidade é a mina a céu aberto, particularmente a análise da mina como um ambiente de degradação do trabalho. Para isso, o recorte geográfico concentrou-se na mina Boa Vista, onde ocorre a extração a céu aberto de nióbio em Catalão (GO). A metodologia contou com procedimentos quali-quantitativos como pesquisa de campo, entrevistas, levantamento e sistematização de dados e informações. Destacou-se a importância de uma ação de fiscalização sanitária em saúde do trabalhador realizada na mina Boa Vista em julho de 2019. Em resumo, espera-se que os resultados desta pesquisa, ao desvelar os ambientes de deterioração do trabalho na mineração, contribuam com as pesquisas no campo crítico, subsidiem políticas voltadas para a vigilância sanitária em saúde do trabalhador e auxiliem as lutas de movimentos sociais e sindicais frente ao modelo de mineração predatório.

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Publicado

2020-07-11

Edição

Seção

Artigos