MOVIMENTOS SOCIAIS E NEOLIBERALISMO: MEDIAÇÕES E CONTRADIÇÕES NA CONSTRUÇÃO DO TERRITÓRIO
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2022v16n1.63662Resumo
Este artigo tem como finalidade apresentar resultados de pesquisa teórica que aborda a relação entre os movimentos sociais, neoliberalismo e território, na perspectiva de compreender, dialeticamente, as mediações e contradições existentes na construção do território, a partir da ação de coletivos de sujeitos sociais no processo de produção e reprodução de suas existências. Nesse sentido, traz os movimentos sociais como objeto de estudo, localiza historicamente a luta dos movimentos sociais e os impactos das estratégias neoliberais adotadas pelos diferentes governos, no Brasil, em relação a essas organizações, a partir da década de 1980 até os dias atuais e estabelece relações entre o território e o neoliberalismo no contexto da globalização do capital. Os pressupostos metodológicos adotados baseiam-se no método crítico-dialético e, a produção das reflexões se inscreve em uma revisão de literatura sobre a temática. A interpretação realizada privilegia o movimento social classista que busca organizar os trabalhadores precarizados e desempregados na luta pela democratização do acesso à terra e ao trabalho. Conclui-se que as políticas neoliberais, desde a década de 1980, intensificam a ação do capital no território e aprofundam a desigualdade social. As ações dos movimentos sociais do campo e da cidade nos territórios demostram as contradições decorrentes dessas políticas implantadas e avalizadas pelo Estado.