FORMAS E ESTRATÉGIAS DE ADAPTAÇÃO QUILOMBOLA NA CONSERVAÇÃO DA PAISAGEM NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TURVO/SP
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2024v18n1.66449Resumo
As tradições e os costumes das comunidades quilombolas são fundamentais para o entendimento do conceito de adaptabilidade humana e conservação da paisagem. Desse modo, este estudo tem como objetivo investigar as alterações da paisagem na Bacia Hidrográfica do Rio Turvo, no município de Barra do Turvo/SP, averiguando as formas e estratégias de adaptação criadas ou adotadas pelas comunidades quilombolas Cedro, Ribeirão Grande-Terra Seca e Pedra Preta-Paraíso no período de 1990 a 2020, visando a geração de informações que subsidiem na conservação dos componentes naturais da paisagem, no planejamento e na gestão ambiental municipal. Para isso, utilizou-se pesquisa bibliográfica e história de vida a fim de verificar a trajetória quilombola e sua relação com o lugar de vivência. As ferramentas geotecnológicas foram usadas para mensurar por meio da cobertura vegetal e dos usos da terra o Índice de Transformação Antrópica. Para a compreensão da dualidade sociedade-natureza, o estudo sobre o lugar e o modo de vida quilombola marcado pelo contexto histórico de origem africana, resistência e de lutas por acesso a terras e por reconhecimento são pontos fundamentais para diagnóstico do estado em que se encontra a paisagem nela estabelecida. O estado da paisagem de Pouco degradado, nos anos analisados implica nas medidas conservacionistas desenvolvidas pelos quilombolas para manter a diversidade local. Apesar da oscilação do índice, sem alterar o estado, torna-se necessário o desenvolvimento de medidas mitigadoras junto à sociedade local a fim de conservar a paisagem da bacia, contribuindo com a manutenção do bioma na região Vale do Ribeira.