A CICATRIZ DA CESÁREA (IN) DESEJADA: marca que significa corpos e mulheres na atualidade

Autores

  • Rosamaria Giatti Carneiro UNB

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2017v1n47.36755

Resumo

Cresce no Brasil o número de mulheres adeptas do parto “mais natural” e/ou parto humanizado. Nesse universo, de camadas médias,nega-se a cesárea como método mais seguro de nascer e vigora a ideia de que o parto sem as rotineiras intervenções médicas pode ser libertário e transformador. Mas nem todas essas mulheres alcançam a experiência desejada, experimentando a cirurgia como via de nascimento. De minha incursão nesses grupos de mulheres, presenciais (CARNEIRO, 2015) e mais recentemente virtuais, percebo que a cicatriz deixada por esse procedimento se faz corporalidade e cultura, na esteira do pensado como embodiment (CSORDAS, 2008; MALUF, 2001). Enquanto “marca” física e emocional pode simbolizar trauma, fracasso de um projeto ou, então,avessamente, o motor para uma outra experiência. Algumas dessas mulheres viveram uma depressão pós-parto e esconderam-se de/a si mesmas; outras corporificaram a denúncia da violência em projetos imagéticos pessoais; enquanto outras seguiram depois, em outra gestação, em busca do Vaginal Birth After Cesarian Section (VBAC). Para pensar sobre os significados dessa cicatriz, inspirada em Das (2007), partirei de seus corpos entrecortados, a fim de refletir sobre sofrimento e pessoa. Palavras-chave: Cesárea. Marcas. Sofrimento. Pessoa.

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Biografia do Autor

Rosamaria Giatti Carneiro, UNB

Professora Adjunta II da Universidade de Brasília. Doutora em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.

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Publicado

07.03.2018

Como Citar

Carneiro, R. G. (2018). A CICATRIZ DA CESÁREA (IN) DESEJADA: marca que significa corpos e mulheres na atualidade. Política & Trabalho: Revista De Ciências Sociais, 1(47), 121–138. https://doi.org/10.22478/ufpb.1517-5901.2017v1n47.36755

Edição

Seção

Nº 47 - O CORPO NA PESQUISA SOCIAL